Domingo, Novembro 24, 2024

Equipe do SBT relata agressão de policial militar durante julgamento em Urânia

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A equipe de reportagem do SBT Interior, que fazia a cobertura jornalística das audiências de instrução, interrogatório e julgamento dos envolvidos na chamada “Operação Repartição” da Polícia Federal, que prendeu, no final de março deste ano, o ex-prefeito de Urânia, Francisco Airton Saracuza e quatro de seus ex-assessores, relata ter sido agredida por um sargento da Polícia Militar, que tentou impedir a captação de imagens. O fato ocorreu na terça-feira, dia 1º de agosto.

A equipe formada por um repórter e um cinegrafista acusa o sargento I.O. O caso ganhou repercussão na região e vídeos com as imagens do policial tentando impedir o trabalho dos repórteres podem ser assistidos no site do SBT Interior e também no YouTube.

O SBT Interior publicou no seu portal na internet nota da Polícia Militar sobre o assunto. Por determinação da juíza responsável pelo caso, a via estava interditada em 100 metros e a PM foi incumbida de orientar a imprensa “para se absterem de colher imagens das pessoas que participavam da audiência”. A Polícia Militar afirma ainda que o caso será apurado por meio de procedimento administrativo após a avaliação das imagens e oitiva de testemunhas.

O cinegrafista Ever Centurion e o repórter Márcio Adauto relataram nunca ter passado por uma situação tão constrangedora e nem testemunhado tamanho abuso de autoridade durante a carreira. “Lamentável. Sentimento de indignação, porque nesses meus dez anos de carreira já cobri diversos conflitos envolvendo policiais militares, inclusive em Brasília, durante a invasão do Congresso Nacional e manifestações do Movimento Vem prá Rua, e nunca vivi um momento como o desta manhã aqui em Urânia”.

O repórter estava conversando com um advogado envolvido no caso, quando observou a chegada dos réus em um veículo oficial da polícia. Quando decidiram sair para registrar as imagens, momento em que alegam terem sido impedidos pelo Sargento, conforme mostram as imagens dos vídeos. “Se apontar a câmera eu recolho a câmera”. O vídeo ainda mostra o sargento segurando o material de trabalho da equipe e jogando um aparelho de celular pertencente ao repórter no chão. “Quer que eu rebente ele [o celular] no chão? É dois minuto. Não vem com palhaçada aqui não”, disse o policial para o jornalista.

Em nota, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lamentou o ocorrido. “A Fenaj condena toda e qualquer forma de violência contra jornalistas no exercício de sua profissão e reitera que essa violência é um atentado às liberdades de expressão e de imprensa. O profissional do Jornalismo tem o dever de levar informação de interesse público à sociedade, por isso a violência contra jornalistas é também um atentado ao direito à informação. Esperamos que a agressão seja devidamente apurada e que o policial responsável seja punido”, disse o órgão.

Após audiências, Justiça revoga prisão de Saracuza e ex-assessores

Estava prevista para a sexta-feira, 04, a libertação do ex-prefeito de Urânia, Francisco Airton Saracuza, e dos quatro ex-assessores dele que se encontravam presos em Araçatuba desde o final de março deste ano, por conta da operação “Repartição”, da Polícia Federal. A prisão deles foi revogada pela juíza da Vara Única de Urânia, Marcela Correa Dias de Souza, ao final da audiência realizada na quinta-feira, 03, depois do interrogatório dos réus. Eles retornaram à cadeia de Araçatuba ainda na noite de quinta-feira, onde aguardariam a expedição dos alvarás de soltura.

As defesas dos acusados tinham requerido a revogação da prisão já ao final da primeira audiência, realizada na terça-feira, 01, alegando que as testemunhas de acusação já tinham sido ouvidas e não poderiam mais ser influenciadas pelos réus, mas a juíza informou, naquela ocasião, que o pedido seria apreciado somente depois de ouvidas também as testemunhas de defesa e do interrogatório dos réus, o que ocorreu na quinta-feira.

Na decisão que deferiu o pedido de liberdade de Saracuza e seus ex-assessores, a juíza ressaltou que os mesmos se mostraram colaborativos durante o interrogatório e que já não subsistiam os motivos que ensejaram a prisão preventiva. Os acusados poderão agora, aguardar o julgamento em liberdade, mas terão que cumprir algumas medidas cautelares determinadas pela juíza. Eles terão que comparecer mensalmente ao Fórum para informar e justificar suas atividades; estarão proibidos de ausentar-se da comarca sem autorização judicial e terão que ficar recolhidos às suas residências no período noturno, das 20 horas às 06 horas.

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