Pelo segundo ano consecutivo, a ONG AVIDE estará percorrendo os bairros da cidade para distribuir doações para crianças carentes. A campanha está sendo realizada neste sábado, 23, a partir das 5 horas. Serão distribuídas 2 mil sacolinhas surpresas e a “caravana” da AVIDE estará mais decorada do que nunca, inclusive com renas iguais as do Papai Noel. Há duas semanas, conversamos com o presidente da ONG, Leonardo Rabeti.
A TRIBUNA: O que é a AVIDE? Tem relação com alguma instituição pública, igreja ou partido político? Quantos membros atuam na ONG e que tipo de serviço ela presta?
LEONARDO: A AVIDE (Associação dos Voluntários em Defesa dos Grupos Vulneráveis) é uma instituição sem fins lucrativos que objetiva, de modo geral, dar melhor qualidade de vida às famílias, especialmente às crianças vulneráveis de Jales/SP, oportunizando condições dignas de subsistência. Não possuímos nenhum viés político ou religioso, somos independentes. Atualmente, a ONG possui mais de 70 voluntários que atuam em diversas áreas. Temos projetos que se desenvolvem durante todo o ano, a exemplo: doação de sangue, páscoa solidária, mobília solidária, doação de alimentos e roupas, escolinha de futebol solidária, natal solidário etc.
A TRIBUNA: Como surgiu a ONG?
LEONARDO: Desde 2018, essa ideia estava no papel, porém em 2021 resolvemos desenvolvê-la. Bom, há muitos anos eu e meus amigos fazemos muitas ações solidárias (trabalhamos com apoio do Fundo Social de Jales/SP no atendimento às famílias carentes, arrecadamos brinquedos e alimentos, visitamos hospitais e o Lar dos Velhinhos etc), tudo isso vinculado ao grupo de jovens da igreja Santo Antônio. Ocorre que queríamos expandir novos horizontes e atingir mais pessoas, pessoas essas que ajudassem e também que mais famílias fossem beneficiadas. Então, nesse sentido, surgiu a AVIDE.
A TRIBUNA: Como surgiu a ideia de distribuir presentes na época de Natal?
LEONARDO: Era um projeto já desenvolvido há anos por um grupo de amigos e, em razão das significativas histórias comoventes vivenciadas, esse projeto possui um viés muito importante para nós, por isso nos esforçamos demais para atingir inúmeras crianças e proporcionar um Natal mais fraterno e feliz.
A TRIBUNA: Existe um cadastro das crianças que serão beneficiadas? Como é feita a escolha de quem vai receber os donativos?
LEONARDO: Nós temos um cadastro interno das famílias que são atendidas pela ONG. As doações são controladas por voluntários responsáveis do setor. Recebemos os pedidos de ajuda por meio digital, especialmente pelo WhatsApp e Instagram da entidade e, por sua vez, os pedidos são recorrentes e diários. Da mesma forma, aqueles que desejam colaborar, fazendo sua ajuda, entram em contato conosco pelo mesmo meio.
A TRIBUNA: Como é feita a arrecadação e o que pode ser doado? Somente brinquedos?
LEONARDO: Para a realização do nosso Natal Solidário, estamos arrecadando: doces (balas, pirulitos e chocolates), brinquedos (novos ou usados) e qualquer quantia em dinheiro (PIX- TEL. 17 99716-3322 ou CNPJ 42.972.975/0001-21). As doações podem ser deixadas em um dos pontos de arrecadação (PIUI, PROENÇA, SAKASHITA, ÓTICAS CELES, MAROCA DOCES, BANCA DO EDU, UNIJALES, entre outros – todos os pontos de arrecadação estão no insta da ONG: @avide.ong) ou procurando um de nossos voluntários.
A TRIBUNA: De que forma as doações podem ser feitas em período diferente do das campanhas? Quero dizer, durante o ano, é possível procurar a ONG para fazer doações? Como?
LEONARDO: Sim, nosso WhatsApp (17 99716-3322) e Instagram (@avide.ong) estão disponíveis durante todo o ano. Temos uma equipe responsável por responder, desde os pedidos de doação até àqueles que desejam colaborar de alguma forma. Se for necessário, um de nossos voluntários irá buscar a doação na casa da pessoa.
A TRIBUNA: Este ano será apenas o segundo ano em que vocês farão a distribuição de donativos e no ano passado vocês superaram a meta, beneficiando mais de 1.500 crianças. Este ano tem meta estabelecida? Como está a expectativa?
LEONARDO: Ano passado a nossa meta era de atingir 1.000 crianças, mas graças ao apoio da sociedade e do comércio, conseguimos superar a meta e entregar mais de 1.500 brinquedos. Já para esse ano, nossa meta é atingir + de 2.000 crianças de Jales e estamos trabalhando firmemente para isso.
A TRIBUNA: A AVIDE é formada somente por jovens? Por que a opção por essa faixa etária?
LEONARDO: Grande maioria dos voluntários são jovens. O meu sonho sempre foi motivar a juventude a praticar a solidariedade, mostrar que os jovens tem, em suas mãos, as ferramentas necessárias para mudar o mundo. Só que as vezes faltam um “empurrãozinho” para que o bem se efetive, então, busquei criar a ONG para que pudéssemos reunir jovens para colocar em prática esse amor para os necessitados. É uma oportunidade de sair do meio digital e olhar para a realidade que chega a assustar e, foi algo que me surpreendeu demais, pois a ONG surgiu com 09 jovens e atualmente estamos com mais de 70, sendo que esse número aumenta semanalmente. Vale destacar que apesar desse desejo de motivar os jovens, a ONG é aberta para receber voluntários de diversas idades.
A TRIBUNA: Este ano haverá alguma novidade em relação ao ano passado? Por exemplo, forma de arrecadação e distribuição.
LEONARDO: Sim. Esse ano contaremos com a presença de personagens natalinos, como a exemplo de duendes, além de uma decoração que já está sendo preparada para encantar a todos e proporcionar a magia dessa época do ano a todas as crianças vulneráveis de Jales.
A TRIBUNA: Que outro tipo de atividade a Associação realiza? Fora do período do Natal há outra atividade junto à população vulnerável?
LEONARDO: Durante o ano, temos alguns projetos em andamento, a exemplo da doação de sangue ao hemocentro de Fernandópolis (mobilizando voluntários e a população para doar), mobília solidária (arrecadação de móveis usados que seriam descartados pelos munícipes de Jales/SP para serem entregues às famílias que não possuem condições de comprar tais mobílias), escolinha de futebol solidária (a ONG possui um projeto de esporte gratuito voltado às crianças carentes, dando treino de futebol no campo ao lado do Clube do Ipê, de seg/qua/sex, das 16:30h às 18:30h), páscoa solidária, arrastões da solidariedade e doação de alimentos e vestimentas para às famílias vulneráveis, natal solidário etc.
A TRIBUNA: Vocês já pensaram em realizar alguma atividade que proporcione promoção social, que vá além das doações, como promover cursos profissionalizantes, por exemplo?
LEONARDO: Sim. Um dos nossos objetivos com a ONG é conceder oportunidades às crianças e jovens tidos como vulneráveis de possuir as mesmas oportunidades no mercado de trabalho em relação àqueles que possam se qualificar. Para tanto, estamos estudando a possibilidade de criar cursos gratuitos a esses, mas como não temos uma sede física, o impasse é um pouco maior, mas estamos trabalhando com a Prefeitura Municipal para conseguir um lugar para desenvolver outros projetos.
A TRIBUNA: Normalmente, a impressão que se tem é que em cidades pequenas como Jales, Fernandópolis, Santa Fé do Sul e até mesmo Votuporanga, não há pobreza, mas sabemos nas periferias a realidade é muito diferente. Como é possível conscientizar as pessoas de que na própria cidade há uma população que carece de itens mais básicos?
LEONARDO: Parece que nosso município não possui pessoas em situação de vulnerabilidade, mas o que é um grande equívoco, pois a situação de miserabilidade foi agravada após o período pandêmico, inclusive em Jales, há inúmeras famílias passando fome e a ONG realiza esse trabalho de visita e assistência. É necessário que a população se conscientize da realidade vivenciada por essas famílias e colabore.
A TRIBUNA: Já definiram a agenda de eventos de 2023? O que podemos esperar?
LEONARDO: Já estamos planejando o próximo ano. Pode-se esperar uma participação ainda mais ativa da ONG, pois com uma sede física, os projetos poderão ser desenvolvidos com maiores beneficiários.
Fica aqui o convite para todos participarem desse grande projeto de amor e solidariedade chamado AVIDE. Venha ser um voluntário e ajude a transformar vidas.