O zootecnista Flavio Prandi Franco (DEM), o Flá, assumiu a prefeitura de Jales no dia 1º de janeiro de 2017, após ser candidato único e obter a aprovação de 51,18% dos eleitores jalesenses. Dos 28.579 eleitores que estiveram em suas seções de votação, 19.287 deram seu aval a Flá e Garça, que disputaram a segunda eleição juntos. Flá evitou ações midiáticas e, em seu primeiro dia de trabalho, discutiu o pagamento da folha salarial aos servidores municipais.
Antes de assumir a prefeitura, Flá ocupava o cargo de diretor regional da CDHU e tinha em suas mãos o comando de 139 municípios, 96 na região de São José do Rio Preto e 41 na região de Araçatuba. Foi indicado ao cargo pelo secretário estadual de Habitação, Rodrigo Garcia, com quem mantém fortes laços de amizade. Foi vereador em Jales e já atuou na Secretaria de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, como coordenador do programa Viva Leite. Disputou as eleições de 2004 e 2012 para prefeito, sendo derrotado por Humberto Parini e Nice Mistilides Silva, respectivamente.
Flá iniciou seu mandato como prefeito prometendo austeridade, ética e muito trabalho. Ao que tudo indica, o prefeito vem cumprindo sua promessa. Flavio Prandi Franco falou sobre os 100 primeiros dias de seu governo ao Jornal A Tribuna.
A Tribuna: Prefeito Flá, o senhor avalia os 100 primeiros dias de sua gestão como chefe do Poder Executivo jalesense, como positiva?
Prefeito Flá: Sim, muito positiva. A população tem manifestado a sua confiança na nossa administração e apoiado as medidas que adotamos no enfrentamento dos diversos problemas existentes na cidade.
A Tribuna: Em um momento de contenção de gastos e despesas, pode-se afirmar que seu governo será de prioridades?
Prefeito Flá: Em meio à crise que o país vive atualmente, com escassez de recursos provenientes do Estado e da União e a crescente demanda por serviços, uma rígida contenção de despesas se fez necessária. Estamos fazendo economia nos novos contratos com fornecedores, assim como na prorrogação dos existentes. Estamos contratando somente o indispensável. Austeridade, gestão responsável, definição de prioridades e absoluto senso de urgência têm sido metas norteadoras do nosso governo. Não há outra saída, temos que apertar o cinto.
A Tribuna: Em seu discurso de posse, o senhor disse que mesmo com tantas dificuldades, encontraria caminhos que levassem a cidade ao êxito. Já é possível perceber austeridade e muito trabalho. Você acredita ter acertado na escolha de seus assessores e da equipe de trabalho?
Prefeito Flá: Estamos encontrando caminhos para superar as dificuldades e equilibrar as contas. Estou otimista. Com trabalho, determinação e apoio de todos, a cidade vai continuar melhorando e ficando cada vez mais bonita. Quanto aos assessores, a falta de dinheiro tem impedido a contratação de novos secretários. Estamos precisando de novos funcionários, mas não temos como contratá-los. Por isso diversos cargos continuam vagos. Atualmente quem ocupa cargos de confiança no nosso governo tem que se desdobrar para dar conta do recado. Alguns secretários acumulam duas pastas.
A Tribuna: Quais foram as principais ações e projetos realizados nos 100 primeiros dias de seu governo? E quais foram as principais dificuldades encontradas nesses 100 primeiros dias?
Prefeito Flá: Recapeamento asfáltico e operações tapa buraco. Novos projetos habitacionais estão sendo executados, com a construção de mais de 500 casas e um investimento aproximado de R$ 50 milhões. Obras que estavam paralisadas estão sendo reiniciadas. Revitalização de praças, jardins e praças esportivas. Recuperação de estradas municipais. Tudo isso, gerando emprego para a população.
A Tribuna: O senhor cancelou a realização da Facip, principal festa popular da cidade e que celebra o aniversário do município. É essa foi a segunda vez que o fato acontece em 49 anos de tradição. O senhor considera que foi uma decisão acertada?
Prefeito Flá: Governar é eleger prioridades, nós precisamos colocar a casa em ordem, para depois fazer a festa. Recuperar as nossas ruas e avenidas ou fazer festa? Eis o impasse. Pela repercussão na mídia, nas redes sociais e ouvindo a população, entendemos que nossa decisão foi acertada. A população apoiou a nossa decisão.
A Tribuna: O problema do asfalto que se arrastava há anos em Jales já havia se transformado em clamor popular. Mesmo com recursos conquistados na administração do ex-prefeito Pedro Callado, foi o senhor que iniciou as obras e que vem transformando ruas e avenidas da cidade. O que ainda poderá ser feito com relação ao asfalto, principalmente em bairros que não fazem parte da região central?
Prefeito Flá: Temos pouca capacidade de investimento com recursos próprios para aplicar em recapeamento asfáltico. Dependemos de parcerias políticas com os nossos deputados. Estamos em contato direto com os nossos representantes na Assembleia Legislativa, no Senado e na Câmara dos Deputados, solicitando recursos que viabilizem melhorias para Jales.
A Tribuna: A Prefeitura arrecadou, no primeiro trimestre de 2017, cerca de R$ 1 milhão a mais de IPTU, na comparação com o primeiro trimestre de 2016, o que significa um incremento de 20% na arrecadação do imposto. A que o senhor atribui essa boa surpresa?
Prefeito Flá: Considero esse aumento de arrecadação uma demonstração de confiança do contribuinte jalesense na nossa administração. Isso nos alegra muito, mas aumenta a nossa responsabilidade. Temos que trabalhar cada vez mais para não decepcionar quem confia em nós.
Estamos no caminho certo, a população já está reconhecendo o nosso esforço, aprovando as nossas ações e vamos continuar ouvindo cada vez mais os nossos cidadãos.
A Tribuna: Comenta-se que membros de alguns partidos que apoiaram a candidatura única e até membros do seu partido – o DEM – continuam pressionando por cargos na Prefeitura. Como o senhor tem lidado com isso?
Prefeito Flá: Governar é administrar pressões. Muitos aspiram participar do nosso governo. Infelizmente, no momento, não há lugar para todos, nem recursos financeiros suficientes para pagá-los.
A Tribuna: É sabido que a Prefeitura tem conseguido reduzir algumas despesas, renegociando contratos, comprando produtos – como remédios, por exemplo – a preços mais baixos, etc. O senhor tem participado pessoalmente dessas medidas de economia? Já é possível calcular qual será o valor da economia obtida com essas medidas, ao final do ano?
Prefeito Flá: Tenho cuidado pessoalmente do assunto. Estou conversando com todos, propondo reduções nos contratos. Os resultados obtidos têm sido animadores e estamos economizando realmente.
A Tribuna: Por outro lado, o senhor tem tido algumas surpresas desagradáveis, com o aparecimento de despesas inesperadas. Alguma dessas surpresas o tem preocupado mais?
Prefeito Flá: Surpresas desagradáveis acontecem quase que diariamente. Se o combustível aumenta, isso reflete imediatamente no município, onde as ambulâncias, o transporte de alunos e outros veículos e máquinas não podem parar. A cada chuva mais forte, aparecem novos buracos. O repasse para pagamento de precatórios aumentou. A dívida para com os servidores referente à Previdência, férias atrasadas, licença prêmio e outras não para de crescer. O problema social se agrava. No final, como sempre, as crises econômicas explodem nos municípios, onde realmente vivem todos os brasileiros. Mas estamos enfrentando esses desafios com serenidade, conscientes que vamos deixar a nossa cidade em melhores condições de quando assumimos a sua administração.
A Tribuna: Que mensagem o senhor deixa para a população de Jales, cidade que hoje completa 76 anos de fundação e já passou por grandes conquistas e também enfrentou inúmeras dificuldades?
Prefeito Flá: Conclamo a todos para que continuemos unidos. Juntos, vamos conseguir reconstruir a nossa cidade. Com criatividade, muito trabalho, dedicação, os benefícios já estão aparecendo e a população já está percebendo e nos apoiando. Desejamos uma cidade onde impere o respeito, a solidariedade e a paz. Uma cidade mais bonita e mais feliz! Parabéns Jalesenses!