O quarto bispo de Jales, Dom Reginaldo Andrietta, terá vários motivos para comemoração nas próximas semanas. Na próxima terça-feira, 31 de janeiro, completa um ano à frente da diocese de Jales. No dia 7 de março chega aos 60 anos e 11 dias depois faz 34 anos de ordenação presbiterial. A Diocese não divulgou se haverá comemorações para a ocasião, mas, se ocorrerem, serão discretas como a personalidade do bispo.
Em seu artigo semanal, o bispo, que se apresentou para Jales falando em manter o rosto da Diocese, fala em gratidão. “Manifesto meu profundo agradecimento a Cristo pela graça da missão apostólica que Ele me confiou por meio do Papa Francisco. Agradeço de modo especial a todos os diocesanos de Jales. Ao longo de um ano, além de começarmos a nos conhecer e estabelecer um relacionamento de confiança e amizade, começamos a trabalhar intensamente juntos, respeitando e valorizando o estilo de Igreja desenvolvido pela Diocese durante seus 56 anos de existência, especialmente no período que Dom Demétrio, meu antecessor, esteve à sua frente. Renovo-lhe minha gratidão por continuar colaborando com a Diocese nesta nova etapa, com seus novos desafios”.
O agradecimento não é “da boca pra fora” e é marca da sua personalidade. Desde que foi empossado, Dom Reginaldo tem procurado gradativamente deixar a sua marca na Igreja Católica. Sua humildade e receptividade, tanto para com os fieis, quanto para leigos, funcionários da Diocese, párocos e religiosos tem impressionado e despertado admiração.
Dom Reginaldo está sempre aberto a consultas e observações e recebe a todos com atenção e consideração. Talvez resultado dos anos como presbítero, do trabalho na África ou junto à Juventude Operária Cristã, uma das suas paixões e especialidades. Quando padre, Dom Reginaldo escreveu o livro “Os Jovens Trabalhadores Conquistando Trabalho e Justiça”, inspirado em sua experiência como Assessor Nacional da Juventude Operária Cristã dos Estados Unidos, e Assessor Mundial da Juventude Operária Cristã Internacional, em Bruxelas, Bélgica.
Porém, a humildade evidente até no tom de voz, não deve ser confundida com a falta de firmeza nas opiniões. Em pelo menos duas missas, Dom Reginaldo fez observações sobre a necessidade de mudanças na programação das rádios da Diocese para que elas se aproximem mais da igreja. Algumas músicas consideradas inadequadas foram retiradas na programação. Em outra celebração, chamou o ambiente polícia nacional de circo e ainda pediu desculpas se ofendeu os trabalhadores circenses.
Em um artigo intitulado “Natal da Dignidade Humana”, publicado na antevéspera do Natal, Dom Reginaldo criticou a reforma da Previdência (O Natal delas não pode ser de trabalho sem descanso e sem aposentadoria digna), a administração municipal de Jales pela falta de repasses às entidades assistenciais que cuidam de crianças e precisam se desdobrar em festas do cachorro-quente para cumprir o papel que é da própria administração.
“Hoje é Natal, como deve ser todos os dias, sobretudo das crianças que os gestores públicos sempre esquecem. Jesus Menino está e continuará em nossos projetos socioeducativos, aguardando os recursos públicos negados pelos governantes”.