A greve dos professores da rede estadual paulista completou três semanas sem que haja sinal de acordo entre a categoria e o governo. Em Jales, o movimento é reconhecido pela Apeoesp como “parcial” e atingiu poucas unidades. Boa parte das ausências foram provocada mais pela falta de alunos, que foram orientados a permanecer em casa, do que de professores.
A dirigente regional de Ensino de Jales, Marlene Medáglia Cavalheiro Jacomassi concedeu entrevista ao Jornal A Tribuna, na qual alerta os estudantes que as escolas não dispensaram alunos por conta da greve e que as aulas serão normais durante a semana da Facip. “As faltas serão registradas”. Não será preciso remarcar provas nem repor aulas. Ninguém da Apeoesp foi encontrado para falar sobre a greve.
A Tribuna : A greve está afetando as aulas em Jales? Em que nível?
Marlene Jacomassi : Nas escolas de Jales, tivemos a paralisação de poucos professores, que, a partir de 9 de abril, estão voltando às aulas. Foi um movimento isolado, iniciado por volta do dia 20 de março, que conseguiu a adesão de poucos professores, razão pela qual as aulas dos professores grevistas foram sendo substituídas para que os alunos não fossem dispensados.
Houve dias, como quinta-feira santa, em que, devido à assembleia em São Paulo e o feriado prolongado, o número de professores parados aumentou. A escola não dispensou alunos, porém, nesta data, a frequência foi baixa.
A Tribuna: O cronograma de aulas foi afetado em que nível?Será necessário repor aulas/provas?
Marlene Jacomassi : Sem dúvida, a greve, embora seja um direito legal, causa prejuízos aos alunos. Por isso, as escolas tomaram a providência de colocar professores substitutos a fim de garantir as aulas. Contudo, cada escola é responsável pelo registro da frequência do aluno e do professor, de modo que, se não aconteceu o dia letivo, deverá haver reposição.
Não haverá necessidade de repor provas, pois o bimestre encerra-se em 30 de abril, período suficiente para os alunos realizarem todas as provas.
A Tribuna: Há quantos professores em greve e em quais escolas?
Marlene Jacomassi: Das seis escolas estaduais de Jales, tivemos o movimento de paralisação na EE Juvenal Giraldelli, Dom Artur Horsthuis, Prof.ª Sueli da Silveira Marin Batista e Prof.ª Onélia Faggioni Moreira, com as ausências registradas diariamente no livro-ponto e no sistema de frequência on-line da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo.
Em 9 de abril, tivemos 5 professores parados em Jales e, em toda a Diretoria de Ensino (25 municípios), foram 44 ausências, considerando que há professores que dão aulas em mais de uma escola, sendo, portanto, contados em dobro. Lembrando que esses registros envolvem todos os tipos de afastamento, não necessariamente, portanto, todas elas se referem à greve.
A Tribuna : Muitos pais não estão mandando os filhos às escolas (orientados pela Apeoesp). Como não temos greve total, alguns professores dão aulas e outros, não. Ou seja, se os alunos não vão à escola, perdem as aulas dos professores não grevistas, mas se forem, perdem as dos grevistas da mesma forma. Isso causa um descompasso da carga horária dos professores. Como será feito o equilíbrio da carga horária dos professores grevistas com a dos não grevistas? Como os pais devem proceder?
Marlene Jacomassi : As famílias devem encaminhar os filhos às escolas, pois, apesar do movimento, as escolas funcionaram normalmente e a presença dos professores grevistas está voltando à normalidade.
Quero ressaltar que na semana da FACIP as escolas estarão com aulas normais e será registrada a ausência de professores e alunos que não comparecerem. O feriado municipal do dia 15/04/15 é na quarta-feira, porém os demais dias são normais.