O diretor geral da Polícia Federal, Paulo Gustavo Maiurino, recusou o pedido de fechamento de duas delegacias da Polícia Federal no Estado de São Paulo, a de Jales e a de Cruzeiro. “Tendo em vista que os estudos técnicos não demonstraram de forma cabal a necessidade do encerramento das atividades das delegacias de Cruzeiro/SP e Jales/SP, entende-se pela manutenção das unidades”.
O despacho, ao qual o jornal A Tribuna teve acesso, foi emitido no dia 6 de setembro, exatamente duas semanas depois que o prefeito Luís Henrique se reuniu com o ministro-chefe da Casa Civil para pedir que a delegacia fosse mantida.
No dia 24 de agosto, LH e o deputado Fausto Pinato entregaram um ofício ao ministro Ciro Nogueira contendo manifestações favoráveis de diversas pessoas e órgãos, entre eles a Prefeitura de Jales, de Santa Fé do Sul, vereadores das duas cidades, da Associação Paulista de Medicina – Jales e Fórum da Cidadania.
No despacho publicado no dia 6, o diretor-geral não só recusa o pedido de fechamento, como confirma que ele existiu, conforme o jornal adiantou em sua edição de 25 de julho.
Paulo Gustavo Maiurino deixa claro que a negativa foi uma resposta a um pedido feito pela Superintendência Regional de São Paulo, para a qual ele pede que a decisão seja comunicada. “Trata-se das solicitações de desativação das delegacias de Polícia Federal de Cruzeiro/SP e Jales/SP, oriundas dos processos SEI 08500.002945/2020-99 e 08500.002932/2020-10, respectivamente, os quais foram compilados neste processo para uma análise conjunta do estado de São Paulo”, afirmou. “Encaminhe-se à SR/SP para conhecimento”, completou.
HISTÓRICO
A notícia do iminente fechamento da Delegacia de Polícia Federal de Jales foi revelada em primeira mão numa matéria publicada em 25 de julho pelo jornal A Tribuna. Este semanário se baseou em uma postagem feita pelo vereador Ricardo Gouveia (Progressistas) em seu perfil no Facebook. Ele questionava essa possibilidade e alertava para a necessidade de providências imediatas para evitar que ela se concretizasse.
A partir disso, o jornal apurou com fontes fidedignas que a superintendência da PF em São Paulo pretendia fechar as delegacias de Jales e Cruzeiro, as menores do Estado. Os servidores lotados na DPF local, bem como as tarefas administrativas e policiais, inquéritos e investigações, seriam distribuídos entre as duas unidades mais próximas: Rio Preto e Araçatuba.
O despacho do diretor-geral confirmou que a apuração do jornal estava absolutamente correta.
“Todos sabem da importância da Delegacia da Polícia Federal em Jales e de seu trabalho exemplar no combate ao contrabando e tráfico de drogas, na elucidação de crimes de corrupção e desvio de recursos públicos, crimes ambientais e cibernéticos, entre muitos outros. Seria um retrocesso, não só para Jales, mas para toda a região e até estados vizinhos, a desativação da unidade da PF em Jales, mas felizmente recebemos a excelente notícia de sua permanência em nossa cidade, graças a união de forças de todos que lutaram por essa conquista”, disse o prefeito Luís Henrique.
O deputado, Fausto Pinato, disse que a Polícia Federal em Jales vem realizando um trabalho importante no combate a crimes federais na região e que o seu fechamento seria “um retrocesso” e ressaltou que buscou a intervenção do ministro Ciro Nogueira, com o apoio do prefeito de Jales.
Na manhã dessa sexta-feira, 17, ao saber da decisão do diretor-geral, Ricardo Gouveia comemorou: “Valeu a pena a nossa luta”.