O anúncio do fechamento do ambulatório de prevenção de Fernandópolis feito pelo diretor geral do Hospital de Câncer de Barretos, Henrique Prata, no começo do mês, foi “um rompante” causado pela crise econômica. A declaração foi dada pelo diretor do Hospital, Boian Petrov, em entrevista à TV TEM, logo depois de uma reunião para tratar do assunto na noite de quinta-feira,23.
“Foi um rompante que deu em todo seguimento da fundação pelo desespero que a gente está enxergando, não hoje, para frente, com essa queda de arrecadação e com falta de ajuda do governo”, disse.
A reunião aconteceu na sede da DRS 15 (Diretoria Regional de Saúde) em São José do Rio Preto, e, além do representante do hospital, estavam presentes o secretário estadual da Saúde, David Uip, o secretário-adjunto de Saúde, Wilson Pollara, os deputados Itamar Borges, Fausto Pinato e Carlão Pignatari, o suplente de deputado Gilmar Gimenes, a prefeita de Fernandópolis, Ana Bim, representantes da AVCC, da Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, vereadores de Fernandópolis e lideranças comunitárias. O diretor geral, Henrique Prata, não compareceu.
Petrov voltou a dizer que a instituição precisa do credenciamento no SUS para se manter e que o déficit continua crescendo, enquanto a arrecadação cai. “O hospital hoje tem déficit de R$ 17 milhões, desse a gente consegue buscar na sociedade R$ 10 milhões. Os outros R$ 7 milhões ficam divididos com governo federal, secretaria”.
Ao final do encontro, que durou cerca de duas horas, a Fundação Pio XII se mostrou disposta a manter a unidade aberta, mas foi estabelecido um prazo de 20 dias para uma decisão definitiva.
O governo do Estado, por sua vez, garantiu que a unidade não vai fechar e prometeu que, se necessário, passará o serviço para a Associação e Fraternidade São Francisco de Assis na Providência de Deus, de Jaci-SP (leia texto nesta página).
O secretário disse que a se a Fundação Pio XII retirar os equipamentos da unidade de Fernandópolis, o governo assume os serviços “em menos de uma hora”. “Não vai demorar uma hora para que o Estado entre. Já temos parceiro, que vai garantir a integralidade do serviço”, afirmou em alusão à Associação de Jaci.
A Secretaria de Saúde se comprometeu em apoiar a Fundação na busca pelo credenciamento das unidades de Fernandópolis e de Jales no Sistema Único de Saúde (SUS), uma das reivindicações da instituição, a manter os repasses de recursos do Governo do Estado. Ainda de acordo com o Estado, a auditoria nas contas da Fundação vão mostrar se o Hospital de Câncer precisa de novos aportes financeiros.