O diretor da Casa da Criança de Jales, Renato Luís Lima e Silva, o Renato Preto, confirmou a venda do prédio da entidade, localizado no Jardim Triannon. Segundo ele, estaria faltando apenas uma certidão do Cartório do Registro de Imóveis para que a venda seja totalmente concluída. Renato disse que a ideia inicial era vender apenas dois terrenos da entidade, com o objetivo de pagar dívidas trabalhistas com ex-funcionárias da Casa da Criança. “Os terrenos ficaram mais de cinco meses à venda, mas não apareceram interessados. Enquanto isso, o processo na Justiça continuava e nós corríamos o risco de ver o prédio ser levado a leilão, onde poderia ser arrematado pela metade do preço”.
Segundo Renato, o valor do prédio foi avaliado por três imobiliárias. Ele não disse, no entanto, qual foi o valor da venda. Confirmou, no entanto, que o comprador já adiantou uma parte do pagamento, a fim de que as dívidas trabalhistas da Casa da Criança fossem quitadas. “Nós tivemos uma audiência na Justiça do Trabalho, no final do ano passado, onde ficou tudo acertado”. Quanto à creche municipal que funciona no prédio, Renato garante que não vai haver problemas. “O comprador já disse que deve prorrogar o contrato de aluguel com a Prefeitura por mais um ano. Assim a creche vai continuar pelo menos em 2016”.
O diretor garantiu, ainda, que a Casa da Criança não será extinta. “Nós temos um projeto de atendimento a jovens que está funcionando em uma sala cedida pela Prefeitura, embaixo do viaduto Antonio Amaro. Esse projeto vai continuar”, disse Renato. Ele aproveitou para criticar a Câmara. “Os vereadores vivem preocupados com as coisas da Casa da Criança, mas nem sequer sabem onde a entidade está funcionando atualmente”.
A polêmica sobre a alienação do prédio da entidade veio à tona durante a sessão da Câmara de segunda-feira passada, quando os vereadores aprovaram um requerimento em que questionam a venda e solicitam várias informações. O vereador Gilbertão, um dos autores do requerimento, explicou que tomou a iniciativa depois de receber um telefonema onde um empresário da cidade protestava contra a venda do prédio. “O empresário estava indignado porque o terreno da Casa da Criança foi doado à entidade por parentes dele, com o objetivo de ajudar crianças carentes, e agora estava sendo vendido”, explicou Gilbertão.
O diretor da entidade, Renato Preto, confirmou que o terreno onde funciona a entidade foi doado pela família do agropecuarista Lita Amadeu, por volta de 1975. “Ele foi um dos fundadores da Casa da Criança, juntamente com a minha mãe, Cida Eva, a dona Dalva do Bazar do Elias e outros”. Ele garantiu, ainda, que os problemas da entidade não tem nada a ver com a realização da Expo Show de 2013. “O problema é que, por ser uma entidade de assistência social, nós tivemos que encerrar as atividades da creche que funcionava por nossa conta. Antes, a lei já nos tinha obrigado a parar com o projeto dos ‘guardinhas’. O fim dessas atividades é que ocasionaram os problemas que a entidade vem enfrentando”, concluiu Renato.