O drama da família do idoso Mário Justino terminou no último domingo, porém, de forma diferente daquela que os familiares desejavam. O idoso foi encontrado sem vida no fim da manhã do dia 24, em um pasto no Parque das Flores. Ele estava desaparecido desde o dia 9 de julho, quando saiu de casa sozinho para cortar o cabelo. Mário Justino foi sepultado ainda no domingo.
A polícia não encontrou sinais de violência e acredita em morte natural, provavelmente ocorrida no mesmo dia em que ele desapareceu. Em seus bolsos ainda estavam cerca de R$ 120,00, o maço de cigarros e o isqueiro. Ele ainda usava um relógio com pulseira prateada e coroa dourada que tinha ganhado de presente de uma das netas.
O corpo em estado de decomposição foi encontrado por um homem que passeava na manhã de domingo num terreno próximo ao Córrego do Tamburil e à direita da estrada que leva à Escola Técnica Dr. José Luis Viana Coutinho (Escola Agrícola). O idoso estava caído em decúbito ventral (de barriga para baixo) em uma pastagem e a cerca de 60 metros da estrada.
Segundo o delegado Sebastião Biazi, está descartado que o idoso tenha sofrido violência. “Ele foi submetido a exame de corpo de delito e um laudo vai constatar. O senhor Mário Justino não tinha senso de direção, se perdeu e acabou falecendo no local onde foi encontrado”.
Mário Justino tinha 80 anos, sofria de câncer, tomava medicamentos e usava alimentação especial. Ele morava com a mulher há cerca de dois meses numa casa da Vila Talma, em Jales. Por volta de 16h30 de sábado, ele saiu de casa sozinho para cortar o cabelo e desapareceu.
Segundo os familiares, ele era lúcido, mas tinha problemas de orientação espacial, ou seja, não tinha senso de direção e, isso, provavelmente, o impediu de encontrar o caminho para casa.
Mário Justino percorreu a Avenida Guilherme Soncini, depois derivou à direita e acessou a Avenida Paulo Marcondes em direção à rodovia Euplhy Jalles. De lá, ele seguiu em direção ao Córrego do Tamburil onde foi encontrado. Mário Justino chegou a ser filmado pelas câmeras de segurança das duas avenidas, mas as imagens permitiram identificar apenas parcialmente o seu trajeto.
Polícia, familiares e populares fizeram buscas e passaram pela estrada, mas não conseguiram avistar o corpo, que estava num terreno usado como pasto.
Na segunda-feira pela manha, a mesma neta que havia presenteado o idoso com o relógio e que liderou uma campanha de busca por ele nas redes sociais distribuiu uma Nota à Imprensa na qual agradecia o empenho de policiais e voluntários. “Só tenho que agradecer, mas infelizmente, não achamos ele da forma que gostaríamos. Meus agradecimentos à população que apoiou a família e o pessoal da Polícia Civil que, dentro das limitações, nos ajudou. Em especial o agradecimento à Sandra e ao Devanir (policiais civis) ”.