A votação dos projetos que classificariam Jales e outras 37 cidades paulistas com o título de “Município de Interesse Turístico” foi adiada por conta da exoneração do secretário estadual de Turismo, Laércio Benko, demitido sem explicações pelo governador Geraldo Alckmin. A votação dos projetos na Assembleia Legislativa estava prevista para terça-feira passada, dia 5 de setembro, mas, a pedido do novo secretário, Fabrício Cobra Arbex, as proposituras foram retiradas da pauta. O deputado Itamar Borges (PMDB), um dos autores dos projetos, chegou a apresentar requerimentos para que as proposituras fossem discutidas e votadas em regime de urgência, mas acabou concordando com o adiamento.
O prefeito Flávio Prandi (DEM), que estava em São Paulo na terça-feira, encarou o adiamento da votação com normalidade e diz não ter dúvida que o projeto que classifica Jales como “Município de Interesse Turístico” será aprovado nas próximas semanas. “É natural, quando ocorre uma troca de comando, que o novo titular queira fazer uma análise ou reanálise dos projetos que dizem respeito à sua pasta, mas isso, certamente, não vai mudar o resultado final, pois o projeto já tinha sido aprovado nas comissões da Assembleia e no Conselho Estadual de Turismo. O nosso otimismo com relação à aprovação continua o mesmo”, afirmou o prefeito.
A nota de exoneração do ex-secretário Laércio Benko Lopes foi publicada no Diário Oficial de sábado, 2, desacompanhada de qualquer explicação sobre os motivos da demissão. Na nota, o governador Geraldo Alckmin apenas agradeceu o trabalho realizado pelo ex-secretário enquanto esteve à frente da pasta, “período em que contribuiu com o desenvolvimento de ações para incrementar e promover o turismo estadual”. Para o lugar de Benko, o governador nomeou o até então secretário adjunto da Casa Civil, Fabrício Cobra Arbex, filho da ex-deputada tucana Zulaiê Cobra Ribeiro.
Laércio Benko – que esteve em Jales em junho passado, quando prometeu a classificação da cidade como MIT – assumiu a Secretaria Estadual de Turismo em agosto de 2016. Ele teria alegado que deixou a pasta para se dedicar exclusivamente à presidência do Partido Humanista da Solidariedade (PHS) de São Paulo, mas, nos bastidores, a versão é outra. Aliados de Alckmin afirmam, à boca pequena, que a saída de Benko é um efeito colateral de um suposto esquema de cobrança de propina descoberto na Prefeitura de São Paulo, envolvendo seu irmão, Leandro Benko, ex-chefe de gabinete da Prefeitura Regional da Lapa.
A classificação de Jales como “Município de Interesse Turistíco” deverá proporcionar uma verba anual de R$ 650 mil para os cofres municipais. O prefeito Flá contava com a entrada desses recursos ainda em 2017 e pretendia utilizá-los na repaginação da Praça “Euphly Jalles”. Tudo indica, no entanto, que, no caso de o projeto ser aprovado, a primeira verba de R$ 650 mil só vai ser repassada para a Prefeitura de Jales em 2018.