O diretor administrativo do Consórcio Intermunicipal de Saúde de Jales (Consirj) que atende 16 municípios da região, disse que desde a semana passada (cerca de dez dias) não há mais nenhum paciente intubado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Fazemos o acompanhamento diário e notamos uma redução significativa na busca por atendimento de Covid e acredito que isso se deve muito ao decreto de restrição do prefeito Luís Henrique e ao demais municípios que compõem o consórcio porque os outros prefeitos também fizeram em cada cidade a sua medida de restrição”, disse José Roberto Pietrobom, em entrevista ao programa Antena Ligada, na segunda-feira, dia 19 de abril.
A declaração do diretor vai de encontro ao levantamento publicado pelo jornal A Tribuna no fim de semana anterior, segundo o qual, depois do lockdown decretado pelo prefeito em Jales, houve uma forte redução no número de mortes por Covid-19 no município na semana imediatamente seguinte à vigência do decreto de restrição.
As restrições vigoraram entre 30 de março e 4 de abril. O balanço de óbitos nas semanas que antecederam o decreto de restrição mostra que a cidade se encontrava num período extremo de óbitos, chegando a cinco mortes numa única tarde.
Entre os dias 20 e 26 de março, houve 13 mortes por Covid-19 em Jales. Na semana seguinte, entre 27 de março e 3 de abril, houve 18 mortes.
Na semana entre 4 e 10 de abril, imediatamente após o lockdown, o número de mortes caiu para seis, indicando que as medidas de distanciamento podem ter surtido efeito.
José Roberto ressalvou que as outras medidas tomadas pelos gestores da Saúde também contribuíram para a queda no número de mortes. Entre elas, a destinação de um espaço exclusivo para atendimento de casos de síndrome gripal e suspeita de Covid-19, desafogando a UPA. Além da própria conscientização das pessoas e do uso de capacetes Elmo, que foram doados por voluntários na semana anterior.
“Junto com isso, a abertura da Unidade do Uniamérica para atendimento exclusivo de Covid, o que fez com que as pessoas com casos leves fossem levadas para lá e não para a UPA, deixando a UPA para os casos mais graves. E creio que a população também está mais consciente”.
Brigitão, com é conhecido, disse na ocasião que havia vários dias a UPA não tinha pacientes intubado, muito menos óbitos. Porém, ainda havia dificuldade para atendimento de pacientes críticos.
“Ainda temos dificuldade, pois se tivermos que intubar pacientes, não há vagas para UTI. O que houve foi uma grande melhora para encontrar vagas na enfermaria, que tem saído com mais rapidez”.
Outra boa notícia dada pelo diretor é que, graças à chegada de 25 cilindros há cerca de três semanas, não está faltando oxigênio na unidade, apenas há uma razoável preocupação com a aquisição dos medicamentos que compõem o chamado “kit intubação”, como anestésicos e relaxantes musculares. “Há uma dificuldade enorme pra encontrar esses medicamentos que subiram em torno de 300% ou 400% e não encontramos a empresa para fornecimento dos mesmos. A gente está preocupado com isso e espera uma solução mais rápido possível para que a gente possa dar um atendimento ideal para os nossos pacientes”, disse.