Um bebê de oito meses, morador do Roque Viola, em Jales, morreu em decorrência dos sintomas da gripe A H1N1. É o terceiro caso da doença registrado no último mês na cidade. As outras duas vítimas, ambos adultos, foram medicados, não estão internadas e são acompanhadas pela Secretaria de Saúde.
Segundo a secretária, Patrícia Albarelo Ribeiro, a criança apresentou os sintomas, foi internada na Santa Casa de Jales, teve o quadro agravado e precisou ser transferida para o Hospital Padre Albino, em Catanduva, onde morreu. O resultado positivo chegou na manhã desta quinta-feira,10. O irmão do bebê que morreu por H1N1, um menino que vai completar 3 anos em abril, está internado na Santa Casa de Jales e apresenta os mesmos sintomas da doença.
A família está sendo acompanhada e uma pesquisa sobre os contatos da criança está sendo feita para apurar como, quando e onde a criança se contaminou. A creche que a criança freqüentava também está sendo acompanhada de perto. Informações extraoficiais dão conta de que outras crianças da creche apresentam sintomas. O mesmo inquérito foi feito nos outros dois casos.
Por outro lado, os exames feitos em um homem de 51 anos, morador de São Francisco, que morreu na mesma data, deram resultado negativo. “A causa da sua morte ainda está sendo investigada, mas está descartado que ele tenha morrido em decorrência da H1N1”.
Patrícia afirmou que o período é muito propício para a disseminação da H1N1 e que os pacientes que apresentarem os sintomas devem procurar os ESFs.
Décimo primeiro caso na região
Reportagem da Agência Estado publicada na quinta-feira, 10, contabilizou a morte do bebê jalesense como a 11ª morte pelo vírus H1N1 na região noroeste, este ano. Na terça-feira, 8, já tinham sido confirmadas outras duas mortes na região: a de um homem de 51 anos, morador de São José do Rio Preto, e a de uma moradora de Icém.
No dia seguinte, sexta-feira, 11, a Prefeitura de Fernandópolis divulgou nota confirmando o quinto caso na cidade. Trata-se de uma mulher que ficou internada na Santa Casa de Votuporanga. Ela teve alta e passa bem.
Três casos suspeitos aguardam resultado. Nenhum óbito foi registrado este ano em Fernandópolis.
O bebê de Jales é a segunda criança vitimada pela gripe. No último dia 3, foi registrada a morte de um menino de seis anos. No total, a região já teve 53 casos confirmados de H1N1 e cinco pacientes ainda aguardam o resultado de exames.
Ainda segundo a agência de notícias, em razão do surto epidêmico, a Secretaria da Saúde do Estado decidiu antecipar o início da vacinação contra a gripe na região, previsto para abril. A expectativa é iniciar a vacinação no próximo dia 23. Ainda não se sabe o número de vacinas, nem qual vai ser o público alvo, mas a expectativa é que a prioridade devem ser as crianças, idosos, gestantes e profissionais da saúde.
Higiene e ambiente arejado ajuda a prevenir
O QUE É GRIPE – A gripe é uma doença respiratória aguda causada pelo vírus influenza e tem como principais sintomas febre (em geral acima de 37 graus), congestão nasal, tosse, dor de garganta, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Os sintomas costumam se manifestar entre dois e três dias após o contágio e duram, em média, uma semana. Os sintomas da Gripe A H1N1 são parecidos com os de outras gripes, mas vêm acompanhados de muita dor muscular e febre alta.
A gripe é uma infecção autolimitada, ou seja, que resulta em cura completa devido à reação do próprio organismo ao vírus. Por isso, na maioria das vezes, a pessoa se recupera rapidamente, mesmo sem medicamentos. No entanto, há casos em que a gripe manifesta-se de forma mais grave, exigindo inclusive internação hospitalar.
Febre alta permanente e dificuldade para respirar são sintomas que podem indicar o agravamento do quadro do paciente, principalmente se isso ocorrer nos grupos considerados de maior risco para influenza – como pessoas menores de 2 anos e maiores de 60 anos, gestantes, portadores de doenças crônicas (no coração, pulmão, fígado, rins, sangue e outros órgãos), diabéticos, hipertensos, transplantados, pessoas com baixa imunidade ou em tratamento de AIDS e câncer.
TIPOS DE VÍRUS – Existem três tipos de vírus influenza: A, B e C. Os dois primeiros, por sofrerem mais mutações (alterações na estrutura genética, que podem deixá-lo mais agressivo, por exemplo), respondem pelas formas mais graves da gripe, sendo que o vírus do tipo A é geralmente o responsável por provocar as epidemias e pandemias, como é o caso da gripe H1N1. O vírus do tipo C é o mais leve.
TRANSMISSÃO – O vírus influenza pode começar a ser transmitido até um dia antes do início dos sintomas, sendo que o período de transmissão dura sete dias, em adultos, e até 14 dias, em crianças. A forma mais comum de transmissão é a direta, entre pessoas, por meio de gotículas de saliva expelidas ao falar, tossir e espirrar. A outra forma é a indireta, por meio das mãos que, após tocarem superfícies contaminadas por secreções de pessoas doentes, podem carregar o vírus diretamente para a boca, nariz e olhos. Por isso, hábitos simples de higiene são tão importantes para prevenção, uma vez que o vírus permanece vivo no ambiente por até 72 horas e, em superfícies como corrimões, maçanetas e torneiras, por até 10 horas.
HÁBITOS DE HIGIENE – Adotar hábitos simples de higiene – como lavar as mãos frequentemente, não compartilhar objetos pessoais se estiver com sintomas de gripe e cobrir boca e nariz com lenço descartável ao tossir e espirar – é um modo eficaz de prevenir gripes e resfriados. Lugares úmidos e frios favorecem a multiplicação do vírus. Por isso, manter os ambientes ventilados e iluminados com luz solar também ajuda na prevenção.
CRIANÇAS E IDOSOS – Os cuidados de higiene devem ser redobrados com crianças e idosos. Para os pequenos, principalmente no ambiente escolar, recomenda-se que, além de incentivar a lavagem das mãos, os brinquedos e objetos de uso comum sejam lavados com água e sabão ou higienizados com álcool gel a 70%. Nas creches, também é importante evitar que as crianças durmam muito próximas. A distância ideal entre elas é de um metro. Já para os idosos, o perigo está nas complicações advindas com a gripe como a pneumonia e agravamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes.
TRATAMENTO – Ao surgirem sintomas de gripe, resfriado ou rinite, o Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde mais próximo e não tomem medicamentos por conta própria, como os antigripais. A automedicação pode mascarar sintomas, contribuir para o agravamento da doença e dificultar o diagnóstico, que deve ser feito por um médico.