O Conselho Municipal de Trânsito reuniu-se na semana passada para discutir vários assuntos, entre eles, a permanência ou não da rotatória – se é que aquela diminuta obra de engenharia pode ser chamada assim – instalada no cruzamento da Rua Dez com a Avenida Francisco Jalles. Em princípio, os conselheiros decidiram pela permanência da adaptação feita no trânsito do movimentado cruzamento, mas eles estão estudando algumas modificações que foram sugeridas pelo engenheiro Nilton Zenhiti Suetugo.
Niltinho é engenheiro civil, mas possui curso de especialização em engenharia de tráfego. Ele passou a integrar o Conselho Municipal de Trânsito como uma forma de tentar atender a uma exigência do Ministério Público local. Segundo informações, o MP havia solicitado que a Prefeitura de Jales contratasse um engenheiro de trânsito para integrar o quadro da Secretaria de Planejamento e Trânsito, mas a municipalidade, em virtude dos problemas com a Folha de Pagamento, está impedida de aumentar os gastos com pessoal. A solução encontrada foi a inclusão de Niltinho – que já foi vereador – no Conselho.
Segundo Niltinho, existe impressão – não confirmada por números oficiais – de que o número de acidentes naquele cruzamento – assim como na confluência da Rua Quinze com a Avenida João Amadeu – teria diminuído após a instalação das rotatórias, o que justificaria a permanência delas. “O ideal seria a instalação de semáforos sincronizados na avenida, mas, como isso é impossível, no momento, o que nós podemos fazer é continuar com as rotatórias e tentar melhorar as condições de tráfego naqueles locais. Existem algumas incorreções técnicas, além da ausência de placas e de sinalização adequada, que podem e devem ser corrigidas”, disse Niltinho.
Uma das medidas que deverão ser adotadas pelo Conselho é a proibição do retorno existente na rotatória. “Atualmente, os motoristas que transitam pela avenida podem fazer o retorno na Rua Dez, o que acaba gerando uma zona de conflito. Com a eliminação do retorno, nós poderemos também retirar o sinal de “Pare” existente em um dos lados da avenida”, explicou Niltinho. O engenheiro explicou, também, que as modificações somente serão introduzidas depois de serem discutidas com a Câmara. “O Conselho tem autonomia, mas acho que seria importante ouvirmos os vereadores antes de qualquer modificação”, finalizou Niltinho.
Acidentes podem ter diminuído, mas não existem dados oficiais
Uma das justificativas para a permanência das rotatórias instaladas pela administração da ex-prefeita Nice Mistilides – uma na avenida “Francisco Jalles” e duas na “João Amadeu” – seria uma suposta diminuição no número de acidentes ocorridos naqueles locais. A diminuição não foi, no entanto, confirmada com números oficiais. Segundo o delegado da Polícia Civil, Althair Ramos Leon, que participou da reunião do Conselho, essa justificativa – a suposta queda da quantidade de acidentes – não chegou a ser discutida. Ele concorda, porém, que as propostas levadas ao Conselho de Trânsito deverão melhorar as condições de tráfego de veículos.
Na Polícia Técnica, o perito chefe, Sidnei Barison, confirma que não existem dados oficiais sobre o número de acidentes naqueles três locais. Ele ressaltou, porém, que, aparentemente, os acidentes diminuíram. “A Polícia Civil é quem teria melhores condições de falar sobre isso, uma vez que nós, da Polícia Técnica, só somos chamados quando o acidente tem alguma vítima. Mas, pela experiência que temos, a impressão é de que os acidentes realmente diminuíram, tanto na Rua Dez, quanto na Rua Quinze”, disse Barison.
Lesões corporais por acidentes de trânsito diminuem
Se, de um lado, não existem números oficiais sobre os acidentes ocorridos nas três rotatórias instaladas no ano passado, de outro lado, é possível verificar que, no geral, o número de vítimas de lesões corporais por acidentes de trânsito, no município de Jales, diminuiu no primeiro bimestre de 2015, em relação a igual período do ano passado. Os dados da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo registram que, em janeiro e fevereiro de 2014, o trânsito do município fez 77 vítimas de lesões corporais culposas – aquelas onde não existe intenção de machucar. Em janeiro e fevereiro de 2015, o número de vítimas caiu para 48.
Na média, o ano de 2014 registrou, mensalmente, 32,6 vítimas de lesões corporais por acidentes de trânsito no município de Jales, ou um pouco acima dos números registrados no ano anterior, 2013, quando a média tinha sido de 31,9 vítimas por mês. Em 2015, nos dois primeiros meses, a média foi de 24 vítimas.