Os preços dos derivados lácteos no mercado atacadista continuaram em elevação no mês de abril. Todos os produtos tiveram elevação importante, refletindo a baixa disponibilidade interna de leite. Vale destacar que os meses de abril a junho são os de menor oferta de leite da entressafra. A indústria tem forçado os repasses de preços, buscando aliviar a pressão de custo que vem afetando o setor. Nos últimos 12 meses até março de 2022, o custo de produção subiu 23% enquanto o preço ao consumidor aumentou 14%, apertando as margens ao longo da cadeia produtiva. No mercado Spot, o mês de abril foi de valorização do leite cru em relação a março, mas a alta perdeu força e o produto se estabilizou próximo dos R$3,00/litro.
As informações são do informativo mensal produzido pelo CEILeite (Centro de Inteligência do Leite) da Embrapa Gado de Leite.
CUSTOS CAÍRAM, MAS AUMENTOS CONTINUAM
De acordo com o ICP Leite/Embrapa (Índice de Custos da Produção de Leite), após três meses com registros de inflação recordes no custo de produção de leite, o mês de abriu registrou desaceleração do crescimento dos preços dos insumos e serviços e atingiu a menor variação do ano (0,4%), com impactos de retração nas taxas acumuladas ao longo deste ano e nos últimos doze meses. A queda no preço da ração foi decisiva para este resultado. Vale lembrar que em março este índice foi de 2,7%.
O primeiro quadrimestre do ano fechou com o ICPLeite/Embrapa acumulando uma inflação de custos de 6,7%. Numa comparação com abril/2021, o ICPLeite/Embrapa registrou crescimento de 22,2%.
Em abril, o preço do leite ao produtor registrou elevação na comparação com o mês anterior. Para o pagamento de maio, a indicação é de alta, em linha com o observado no mercado atacadista e Spot. As elevações variaram de 6,1% no Paraná até 10,8% no Rio Grande do Sul.