Se em 2015, graças à atuação do Ministério Público Federal em Jales, foram cancelados quase 1.300 benefícios do Programa Bolsa Família em 40 municípios da região, providência que, segundo o MPF teria representado uma economia de R$ 1,59 milhão aos cofres públicos, tudo indica que, em 2016, a economia será maior ainda. Levantamento feito pelo jornal A Tribuna mostra que, até abril deste ano, apenas 1.570 famílias de Jales continuavam recebendo a ajuda do governo federal.
Esse número poderá aumentar até o final do ano, com os novos cadastramentos que deverão ocorrer, mas, mesmo assim, o total de famílias beneficiadas pelo programa em 2016 deverá ser bem menor que o de 2015, quando 1.997 famílias jalesenses receberam o benefício. Em 2014, quando o MPF expediu recomendação aos 40 municípios, o Bolsa Família beneficiava 1.971 famílias em Jales, segundo o Portal de Transparência do governo federal. Apesar de o número de famílias ter aumentado em 2015, o valor total repassado a elas no ano passado – R$ 2,68 milhões foi bem menor que o valor distribuído em 2014 – R$ 2,91 milhões. Ou seja, só em Jales a economia foi, em tese, de R$ 230 mil, em 2015.
Nos primeiros quatro meses de 2016, o programa já repassou R$ 821 mil às 1.570 famílias cadastradas, o que representa uma média de R$ 130,82 mensais para cada família. Se esse ritmo for mantido até o final do ano, o Bolsa Família chegará ao final do ano distribuindo cerca de R$ 2,5 milhões em Jales, ou R$ 415 mil a menos do que distribuiu em 2014. Para um comerciante local, a redução do Bolsa Família tem aspectos negativos. “Queira ou não, esse dinheiro é gasto no comércio local, pois a maioria dessas famílias não viaja. O ideal seria que o valor aumentasse, ao invés de diminuir”, disse o comerciante, dono de uma pequena mercearia. Ele ressalva, porém, que “é preciso, sem dúvida, acabar com as falcatruas para que o programa beneficie somente quem realmente precisa”.
A assistente social Meire Kelly de Souza Santos, do CRAS de Jales, responsável pelo cadastramento das famílias, explica que a Prefeitura – ou a Secretaria de Promoção Social – não incluem nem excluem ninguém no programa. “A nossa função é fazer o cadastramento ou atualização do cadastro das famílias. É um caderno com várias informações que, depois, é enviado ao Ministério do Desenvolvimento. Quem decide se a família atende aos requisitos para ingressar ou continuar no programa é o Ministério, que decide, também, o valor que será pago”, explica Meire Kelly.
A assistente social confirmou que o CRAS tem sido procurado constantemente por famílias que foram excluídas do programa ou que tiveram o valor do benefício reduzido. “O pessoal procura o CRAS – atende esses casos de segunda a quinta-feira, das 08 às 11 horas – para reclamar, mas nós explicamos que a nossa função é apenas repassar as informações que nos são prestadas pelas próprias famílias”, finaliza a assistente social.