O Centro de Zoonoses de Jales suspendeu nesta semana o atendimento clínico que vinha sendo feito de forma extraordinária na unidade. Por outro lado, aumentou, provisoriamente, o número de castrações. O motivo é a necessidade de realizar reformas e adequações no prédio que é pequeno e precisa ser ampliado. Num primeiro momento, serão feitas adequações principalmente para melhorar o atendimento e os procedimentos cirúrgicos. “Será uma reforma interna. A sala de paramentação, vai passar a ter sala de atendimento, a sala de esterilização terá anexa à sala de cirurgia. Vai mudar a recepção na frente, vai ter uma cobertura para poder receber a população, principalmente no dia do agendamento para castração, que é o dia que enche de gente lá e a gente não tem um espaço adequado para estar acomodando essas pessoas. Então na parte de clínica e cirurgia vai resolver o nosso problema agora”, explicou o médico veterinário Carlos Eduardo Geraldeli da Silva, responsável pela unidade.
Num segundo momento, no começo do ano que vem, a Prefeitura pretende promover uma ampliação das instalações, com substituição das baias onde os animais ficam alojados. “As baias atuais serão demolidas e serão construídas outras com melhores acomodações”.
Ele negou que a medida tenha sido tomada de maneira repentina ou que tenha alguma relação com a parceria firmada com a Unibrasil para um mutirão de castrações. “Desde maio estamos planejando a interrupção do atendimento e estamos avisando que haveria um aumento de castrações durante esse período de adaptação”.
Carlos ressaltou que o objetivo é resolver alguns problemas antigos que são oriundos da falta de planejamento das instalações, que não são feitas para abrigar um órgão desse tipo. “Aquele prédio é uma casa que foi adaptada e precisa de algumas melhorias. Quando as pessoas chegam com cães e gatos de diferentes tamanhos e necessidades variadas, elas precisam de certa segregação para preservar a saúde e a segurança de pessoas e animais. “Às vezes a pessoa leva seu cachorro por causa de uma verminose e pode contrair uma virose que é muito pior. Neste momento, aquele espaço não é adequado para este tipo de atendimento. É o que essa obra vai proporcionar”, disse.
Além disso, a Secretaria de Saúde determinou a aquisição de novos equipamentos de suporte cirúrgico. São um respirador mecânico e um monitor de parâmetros. Os instrumentos serão adquiridos com recursos próprios do município. “Isso vai dar uma qualidade melhor no procedimento e mais segurança ao trabalho”.
Carlos ressalvou que a interrupção do atendimento clínico é provisória e vai permitir um aumento temporário do número de castrações, que, contudo, também será interrompido na fase mais avançada da reforma. “Estamos tentando adiantar um pouco as castrações porque também precisaremos suspender esses procedimentos quando a reforma chegar à sala de cirurgia”.
MUTIRÃO DE CASTRAÇÃO
A secretária de Saúde, Nilva Gomes Rodrigues de Souza, informou que o mutirão de castração em parceria com a Universidade Brasil está prestes a ser iniciado. “Eles vão fornecer os profissionais e os equipamentos e a Prefeitura vai entrar com os insumos, local e o transporte”.
O serviço deve ser iniciado até o fim de outubro e será realizado no prédio urbano da Etec Jales, no antigo DOC.
Segundo ela, o atendimento básico do Centro de Zoonoses está sendo feito e o problema não é falta de pessoal. O órgão conta com um veterinário, três estagiários, escriturário, motorista e o pessoal de campo. “Neste momento não temos espaço físico [para mais funcionários]. Não tem como colocar mais gente lá. Já está superlotado. Sabemos que um veterinário para toda a Secretaria de Saúde é mesmo pouco e estamos preparando concurso até para cadastro reserva. Após essa reforma, vamos avaliar a possibilidade de colocar mais um veterinário”.
Nilva explicou que é preciso conciliar o tempo e o espaço porque os atendimentos são complexos, delicados e imprevisíveis. “As castrações são cirurgias como qualquer outra e podem gerar complicações ou imprevistos. Não é uma coisa exata e previsível. E se um animal está recebendo atendimento clínico e o outro começa a se recuperar da anestesia? E se chega um animal resgatado e precisando de atendimento urgente? Vai colocar onde? Tem a equipe, mas não tem espaço físico por isso, vamos realizar esta reforma”.
A vacinação contra raiva continua a ser feita no local, sempre no último sábado de cada mês. Por determinação do governo Estadual, não é mais permitido realizar campanhas de vacinação em postos externos, mas apenas nas unidades de controle de zoonoses. A coleta de amostras para testagem de leishmaniose depende do envio de kits para testes do SUS. O pactuado com o SUS são 280 testes por mês, mas o material só começou a chegar em maio. Em julho caiu para 200 e não há previsão de novos envios.