O Centro de Zoonoses de Jales, localizado nos fundos do recinto de exposições “Juvenal Giraldelli” (FACIP) continua parcialmente interditado pela Justiça. Em outubro de 2013, ainda na administração da prefeita cassada, Nice Mistilides, denúncias levadas ao Ministério Público por entidades de proteção aos animais ocasionaram a interdição determinada pela Justiça local. As denúncias apontavam várias irregularidades, incluindo a falta de esterilização dos instrumentos utilizados na castração de animais.
De lá para cá, o local foi reformado e recebeu algumas melhorias, mas a castração de animais ainda não pode ser feita, devido à falta de equipamentos. “Os equipamentos já estão sendo providenciados, mas dependem de licitação. Depois que eles estiverem instalados, o local deverá passar por uma vistoria para, finalmente, ser liberado para castrações”, explicou o veterinário responsável pelo Centro de Zoonoses, Leonardo Aurélio. Ele lembrou, no entanto, que o Centro está funcionando normalmente para outros tipos de atendimento, como vacinas e exames em animais. “A equipe do Centro de Zoonoses está, no momento, fazendo um cadastramento de animais, para sabermos exatamente como está a população de cães e gatos”, disse o veterinário.
ESPOROTRICOSE
Com relação especificamente aos gatos e a uma doença que está preocupando as autoridades e a população local – a Esporotricose felina – o veterinário diz que, ao contrário do que acontece em outras cidades, como o Rio de Janeiro, onde está havendo uma epidemia da doença, o quadro ainda é de normalidade em Jales. “Existem sim, casos de gatos abandonados com a doença. Quando nós tomamos conhecimento de algum caso, providenciamos o recolhimento do animal, que é eutanasiado aqui no Centro de Zoonoses. Não são muitos casos, mas eles existem”, disse Leonardo.
O veterinário explicou, também, que, se o gato tiver um dono, somente ele pode autorizar o recolhimento e a eutanásia. “Se uma pessoa está incomodada com o gato de um vizinho, ela pode nos procurar, mas nós só poderemos fazer alguma coisa com a autorização do dono”. Leonardo esclareceu, ainda, que o Centro de Zoonoses não realiza o tratamento da doença. “Quando o gato é recolhido, só há um caminho: a eutanásia”. Ele explicou, também, que a doença pode ser transmitida para humanos. “Se a pessoa estiver com algum ferimento na mão, por exemplo, e tiver contato com o gato adoentado, ela pode, sim, adquirir a doença”.
Nos gatos, a contaminação ocorre através do contato das garras do animal com material orgânico em decomposição, como cascas de árvores, palhas, farpas, espinhos e o solo. “Com o fungo instalado, o gato transmite a doença através de arranhões, mordidas e contato direto com a pele lesionada”, explicou o veterinário. A doença pode ser transmitida, também, para os cães, embora isso seja algo raro. A Esporotricose no cão quase sempre se inicia com feridas no focinho, membros ou no corpo, e ocorre após contato com gato doente. O cão, no entanto, raramente transmite a doença a outros animais.