Enquanto algumas pessoas vandalizam e furtam os enfeites natalinos instalados nas praças, ruas e avenidas para enfeitar a cidade, a iniciativa do casal Sônia e Ademir Milaré mostra que, com esforço e boa vontade, é possível transformar o universo ao nosso redor. Graças ao seu trabalho voluntário, um trecho degradado da Rua Minas Gerais, nas proximidades das ruas Cauã e Embú, na margem da linha férrea, no Roque Viola, virou uma bela praça florida e frondosa.
Agora batizado de “Cantinho do Beija-flor”, o local tinha muito mato e arbustos e servia apenas para descarte de lixo e entulhos de construção. Mas a realidade começou a mudar em 2017 quando um pequeno incêndio impeliu Sônia a adotar medidas para que o fato não ocorresse mais. Acordou cedo e resolveu fazer uma limpeza no matagal. Durante o trabalho, ela decidiu plantar algumas mudas e fazer um pequeno jardim. Alguns vizinhos e amigos também colaboraram financeiramente para pagar o serviço de terraplanagem no terreno, que era irregular, dando início ao jardim.
Atualmente, há muitas plantas medicinais, mesinhas, bancos e cadeiras para as pessoas sentarem, pequenas estátuas e até peças decorativas. Tudo muito colorido e enfeitado.
O casal não revela quanto investiu no Cantinho do Beija-flor, mas conta que já gastaram com ferramentas de jardinagem, roçadeira à gasolina, mudas de plantas, madeiras para o pergolado das primaveras, cadeiras de eucaliptos, gramas e irrigação, entre outras despesas. Outras pessoas, moradoras ou não, também doaram vasos, mudas, caixa d’água, entre outras coisas.
“Hoje agradecemos, principalmente a vereadora Andréa Moreto e a prefeitura, que conseguiu um cavalete de água para o local, diminuindo nosso gasto com irrigação”.
Além de transformar aquele ponto da rua, a iniciativa do casal inspirou outras pessoas ao longo da margem da estrada de ferro a fazer o mesmo. “Isso vem despertando em muitas pessoas a consciência para preservar o meio ambiente, principalmente das pessoas que por ali passam. A cidade fica mais bonita, todos ganham e o bairro merece, né?”.
O resultado é inegável. Depois de quatro anos, Sônia e Ademir conseguiram plantar árvores frutíferas, como limão, manga, acerola, pitanga, coco, caju, figo e algumas plantas como o ora-pro-nobis e crajiru.
“O próximo passo é conseguir melhorar a iluminação do local. O que pedimos é que para gente continuar motivado, as pessoas precisam nos ajudar a preservar o local”.