Durante a Sessão Ordinária da última segunda-feira, dia 28 de agosto, os vereadores aprovaram por unanimidade uma Moção de Repúdio pela aprovação do fundo público para financiamento de campanhas eleitorais. A aprovação se deu pela Comissão Especial da Reforma Política.
Após serem descobertos os esquemas de propina na Lava Jato, em 2015, o Supremo Tribunal Federal proibiu doações feitas por empresas privadas para financiar campanhas eleitorais. A proposta de criação do FFD (Fundo Especial de Financiamento da Democracia) foi a solução encontrada pelos parlamentares para aumentar o financiamento de campanhas.
Se aprovado, o FFD será abastecido pelo Estado com R$ 3,6 bilhões já em 2018. Os partidos passarão a ter um duplo financiamento e o fundo vai integrar o financiamento do Fundo Partidário, já previsto na Constituição.
O autor da Moção de Repúdio, vereador Luiz Henrique Viotto (PP), o Macetão, explicou que o fundo eleitoral resultará em prejuízo para o trabalhador, “pois serão cortados recursos de políticas sociais, como saúde, educação, Bolsa Família e salário mínimo, injetando dinheiro num sistema político partidário, considerado falido por muitos brasileiros”.
Macetão comentou sobre a criação do FFD. “O Brasil está assolado em uma crise política sem fim, a cada dia aparece denúncias de corrupção. É uma vergonha. Nós podemos fazer alguma coisa votando certo. É vendo, agora, nessa votação quem vai estar a favor desse fundo que rouba dinheiro do cidadão. E esse fundo vai ser criado, é o que se discute nos corredores ‘vamos tirar R$ 10 do trabalhador e criar um fundo para a gente, para eu seguir minha carreira política’. Eu acho inadmissível criar um fundo sem vergonha desse para financiar essas pessoas que a cada dia nos enojam. Não é possível ficar calado frente a isso”.
O vereador Tiago Abra (PP) também falou sobre o fundo: “Os políticos em Brasília não estão nem um pouco preocupados com o país porque eles recebem um salário gordo, têm um monte de benefícios, então, a única preocupação que eles têm é se manter no poder. Estão querendo aprovar uma reforma política para apoiar os envolvidos em Lava Jato, em corrupção, em bandidagem, em detrimento do que é melhor para a população. Enquanto não tivermos uma campanha que obriga o politico a ir aos municípios, em casa por casa, a gastar sola de sapato, a política no nosso país não vai para frente”, disse.
A Moção de Repúdio foi aprovada por unanimidade. Cópia do documento será encaminhada à Presidência da Câmara dos Deputados e a todos os membros das bancadas que representam o estado de São Paulo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. (fonte: Isabela Frushio / Assessoria de Imprensa da Câmara de Jales)