Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Briga por cabo de computador acaba em morte

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Um cabo de computador foi o motivo do primeiro feminicídio registrado este ano em Mirassol. A vítima é a auxiliar de cozinha Débora Daniela da Silva, de 31 anos, que foi morta a facada, no fim da tarde de segunda-feira, dia 20, pelo cunhado John Lenon dos Santos Bispo, que está foragido. Segundo uma vizinha, os três filhos da vítima, de 6, 4 e 2 anos, presenciaram a briga. O crime ocorreu em uma casa em que moram juntas muitas pessoas da mesma família, no bairro Nova Esperança.

Débora e o marido, Cleber Henrique Dias, estariam revoltados porque John disputava jogos pela internet durante a madrugada. O computador ficava no quarto do casal. “Ele atrapalhava o sono da gente, jogando no computador até tarde da noite. Eu pedi várias vezes para ele parar de fazer isso. Então, eu resolvi tirar o cabo de força do computador, para ver se tinha um pouco de paz”, diz Cleber.

O crime ocorreu enquanto Cleber estava trabalhando em Rio Preto. Inconformado por ser impedido de usar o computador, John foi exigir de Débora a entrega do cabo de força do eletrônico. Como ela se negou, o rapaz pegou uma faca na cozinha e esfaqueou a vítima no peito. A vizinha Elisabete Perpétuo Ferreira, de 48 anos, diz ter ouvido a briga entre John e Débora, e afirma não ter dado tempo de evitar o assassinato da amiga.

“A Debora e o John começaram a discutir na frente da casa e depois continuaram batendo boca até entrar na cozinha. Logo depois, eu escutei ela gritar e ele saiu correndo da casa”, diz a vizinha. Mesmo esfaqueada, Débora chegou a sair de casa para pedir socorro, mas desmaiou em seguida. De acordo com a vizinha, o mais triste foi que Débora foi esfaqueada na frente dos três filhos, de 6, 4 e 2 anos. Quando a mulher caiu no chão, as crianças ficaram chorando ao redor do corpo.

Encaminhada pelo vizinhos até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Mirassol, a dona de casa morreu em decorrência do grave ferimento à faca. Segundo o boletim de ocorrência, o trabalho da perícia criminal foi comprometido porque, antes da chegada dos peritos, um dos moradores da casa limpou o chão do cozinha. O delegado de Mirassol, Edson Antonio Ermenegildo, afirma que o caso foi considerado feminicídio, porque Débora foi morta dentro de casa por uma pessoa do convívio familiar.

“O caso será investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher. Ainda não temos informações se antes do crime haviam ocorrido outros desentendimentos entre a mulher e o cunhado”, afirma o delegado. O corpo dela passou pelo Instituto Médico Legal (IML) de Rio Preto e depois foi liberado para ser enterrado na tarde de terça-feira, 21, no Cemitério de Mirassol.

Ameaças pelo WhatsApp

Durante o velório, os parentes manifestaram muita revolta pelo assassinato da auxiliar de cozinha. Cleber afirma que mesmo após o assassinato John chegou a enviar ameaças pelo WhatsApp. No texto, John ainda manifesta raiva por ter sido impedido de usar o computador, dizendo que iria tratar Cleber como inimigo. “Que Deus tenha pena de você”, escreveu o rapaz. Cópias das mensagens foram enviadas à polícia. Até o fechamento desta edição o autor do crime não tinha sido preso.

Feminicídios

Rio Preto registrou dois feminicídio neste ano em Rio Preto. O primeiro foi da estudante Evelyn Janaína Cornélio de Oliveira, 17 anos, morta pelo eletricista José Emídio Pereira Júnior, 21. A jovem morreu após uma sessão de espancamento no bairro Zé Menino. O segundo foi o da voluntária religiosa Simone Moura Facini Lopes, 31 anos. De acordo com dados da Secretaria da Mulher de Rio Preto, no ano passado, ocorreram dois feminicídios e cinco tentativas de assassinato de mulheres.

 

Informações: Diário da Região

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