Terça-feira, Novembro 26, 2024

Aplicativo vai monitorar mensagens de ódio e racismo na internet

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Devido ao grande número de mensagens de racismo e intolerância postadas em redes sociais, principalmente o Facebook, um aplicativo na internet vai monitorar postagens que reproduzam ódio, ofensas que envolvem cor da pele, sexo, classe social e que promovam violência. Recentemente a jornalista Maria Júlia Coutinho, a Maju, responsável pela previsão do tempo no Jornal Nacional exibido pela Rede Globo e a atriz Taís Araújo sofreram ataques que tomaram grandes proporções.

Criado pelo Laboratório de Estudos em Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), o instrumento será lançado este mês e permitirá que usuários sejam identificados e denunciados. O aplicativo encomendado pelo Ministério das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, o Monitor de Direitos Humanos, como foi batizado, buscará palavras-chaves em conversas que estimulem violência sexual contra mulheres, racismo e discriminação contra negros, índios, imigrantes, gays, lésbicas, travestis e transexuais. Os dados ficarão disponíveis online. 

Segundo o professor responsável pelo projeto, Fábio Malini, os direitos humanos são vistos de maneira pejorativa na internet e discursos de ódio tem ganhado fôlego. “É preciso desmantelar esse processo”, defende. 

A blogueira e professora universitária Lola Aronovich relata ser vítima frequente de agressões e até ameaças de morte pela internet, por defender os direitos das mulheres. Nos fóruns de discussão em que participa, várias mensagens de ódio são postadas. Para a jovem Maria das Dores Martins dos Reis bastou ser negra e postar uma foto no Facebook ao lado do namorado, que é branco, para ser alvo de discriminação. A foto recebeu dezenas de comentários racistas e foi compartilhada em grupos criados especialmente para agredi-la. 

A atriz Taís Araújo foi alvo de mensagens racistas nas redes sociais. A Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, por meio de nota, informou, que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) vai instaurar inquérito para apurar o crime de racismo. A atriz será ouvida e os autores identificados serão intimados a depor. O racismo é crime no Brasil e, por lei, quem praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional pode ser condenado a reclusão de um a três anos e pagamento de multa. 

De acordo com o delegado Higor Vinicius Nogueira Jorge, especialista na investigação de crimes cibernéticos, a iniciativa é um avanço porque objetiva promover um maior enfrentamento do problema nas redes sociais, contudo considera importante que também se desenvolvam mais políticas públicas de educação dos jovens para o respeito a dignidade dos seres humanos e conscientização das pessoas sobre a responsabilidade de cada um lutar contra qualquer tipo de racismo. Segundo o delegado, grande parte dos casos de racismo praticados por intermédio de redes sociais na região tiveram seus autores identificados.

O que devo fazer quando me deparar com um crime cibernético?

1)    Guarde todas as provas e indícios possíveis 2) Tire fotos das denúncias, “print screen” e imprima o material 3) Registre as denúncias com o maior número de detalhes 4) Não compartilhe ou replique comentários ofensivos ou que incitem ao crime 5) Crie uma rede de proteção às crianças vítimas. Não permita que ela fique exposta aos comentários ofensivos nas redes sociais (Com informações da Agência Brasil).

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