A polícia pediu a apreensão (custódia) dos três menores de idade que espancaram o pai de um colega de escola na tarde de quarta-feira, 6 de abril, no Jardim América, próximo ao Jardim São Judas Tadeu, em Jales. São eles: V, de 12 anos, e o irmão J, de 16 anos, e um terceiro menor de idade, também de 16 anos, mesma idade do filho da vítima, cuja inicial é H. Até a tarde de quinta-feira, quando este texto estava sendo finalizado, o Ministério Público não havia se manifestado sobre o pedido.
O caso foi registrado como lesão corporal, mas diante da gravidade das imagens e do estado de saúde da vítima, foi convertido para tentativa de homicídio e os autores podem ser recolhidos à uma unidade da Fundação Casa.
Lidimar Bernardo de Assis, de 51 anos, foi gravemente espancado pelos menores e levado para a Santa Casa de Jales, mas foi transferido com traumatismo craniano na madrugada de quinta-feira, 7 de abril. Até o início da tarde, ele permanecia sendo tratado no Hospital de Base de São José do Rio Preto. A Assessoria de Imprensa do hospital disse que, por conta da Lei Geral de Proteção de Dados, não poderia informar detalhes sobre o estado de saúde de Lidimar, nem mesmo em que setor do hospital ele estava internado. Apenas confirmou que ele estava em atendimento na instituição.
Segundo o Boletim de Ocorrência, o homem, que é ex-mototaxista, tentava defender o filho de ameaças que vinha sofrendo de outros estudantes da escola onde estuda. Ás 9 horas da manhã do mesmo dia das agressões, ele esteve na Central de Polícia Judiciária para registrar um Boletim de Ocorrência por ameaça que o filho estaria sofrendo de um perfil, provavelmente falso no Instagram havia um ano. A briga teria sido marcada pelo WhatsApp.
Segundo Nota divulgada pela Polícia Militar, poucas horas depois da ocorrência, os 3 menores envolvidos foram apresentados na Central de Polícia Judiciária, onde foi registrado um BO de “agressão mútua” e todos liberados.
A polícia informou que o delegado Dorival Brizoti, que registrou a ocorrência, recebeu a informação de que teria havido uma briga e não tinha conhecimento do estado de saúde da vítima. Da Santa Casa, a informação era que Lidimar estava em observação.
Somente quando teve acesso aos chocantes vídeos das agressões é que a polícia percebeu a gravidade da situação e decidiu pedir a apreensão dos menores e mudar o tipo da ocorrência.
REGISTROS
Vídeos que circulam pelas redes sociais digitais e grupos de WhatsApp mostram o homem descendo de um Ford Escort com uma ripa na mão direita e sendo insultado e xingado por algumas pessoas que estavam na rua, principalmente por uma mulher. Em seguida, um rapaz rouba o pau e vários outros começam a agredi-lo com violência. Por fim, o homem aparece em pé ao lado do carro, desta vez de mãos vazias e sendo insultado pela mesma mulher.
Neste momento, sem qualquer provocação, um grupo de pelo menos dois jovens desfere várias pauladas na cabeça do homem que tenta se defender com os braços, mas cai desfalecido. Mesmo com a vítima no chão e desacordada, os rapazes continuam aplicando golpes na cabeça do homem e só param quando são interrompidos por populares que estavam assistindo a confusão. A mulher assiste a tudo a cerca de um metro de distância, sem tomar nenhuma atitude. Ainda é possível ouvir alguém dizer “morreu” e outros dizendo “chega, mano, chega!”.
ROTINA DE BRIGAS
As brigas entre estudantes nas proximidades de escolas parece terem se tornado rotina ultimamente. Há cerca de duas semanas, vídeos de uma briga entre adolescentes que seriam estudantes da Escola Estadual Dr. Euphly Jalles também circularam pelas redes sociais digitais. A confusão teria começado dentro da escola e desenrolado para a Rua Dois, onde fica o estabelecimento.
Na quinta-feira,7, a reportagem recebeu um vídeo do que seria uma nova briga entre dois garotos nas proximidades da Escola Estadual Carlos de Arnaldo Silva, mas não foi possível confirmar a veracidade das informações.