Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Abriu-se a caixa de pandora dos retrocessos

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Como sou um progressista convicto acompanhei, (via rede social), a participação da presidenta da UNE, União Nacional dos Estudantes, Carina Vitral no último sábado, 25 de março, do aniversário de 95 anos do Partido Comunista do Brasil, em Niterói-RJ. Carina nos diz “que a juventude progressista sempre é atacada nos momentos em que os reacionários tomam o poder”. Lembrou, também, que o PC do B foi o primeiro a perceber e alertar sobre o golpe em curso no país. “Quando muitos se confundiram, quando muitos subestimaram, lá estava o PC do B na linha de frente da defesa do mandado de Dilma Rousseff”. A defesa de Dilma: porque era uma mulher guerreira, porque representava a continuidade do projeto mudancista de Lula. “E porque sabíamos que quem queria dar o golpe, era uma aliança do que há de mais atrasado em nosso país: elite financeira, do judiciário, da imprensa marrom e do imperialismo”, destacou. “Abriu-se a caixa de pandora dos retrocessos”. Uma PEC que congela o futuro do país, Reformas que acabam com a educação pública e o Plano Nacional de Educação e agora Reforma Trabalhista, Terceirização e Reforma da Previdência. “Nossos direitos conquistados na Constituição de 88 estão indo pelo ralo”.  Para a líder juvenil, o PC do B nunca cruzou os braços. “Está lado a lado com os movimentos sociais, com as mulheres, os trabalhadores e a juventude para derrotar as reformas de Temer e conquistar um novo futuro com democracia”. A dirigente da UNE alertou sobre os ataques à engenharia nacional, tendo como representante a Petrobras, maior estatal do pais. Carina destacou ainda o grave momento de retrocessos. “Estão acabando e criminalizando o serviço público. Terceirização, mensalidade nas universidades públicas, reforma da previdência. Mas a juventude comunista lutará em defesa do país e da democracia!”. 

Abaixo a íntegra da sua fala no ato. 

“Que linda festa, bonito ver um partido comemorar 95 anos, com a mesma garra e sonhos dos seus fundadores”. Que inspirados nos sonhos de um mundo novo, trouxeram para o Brasil os pensamentos de Marx, Engels e Lênin. Que bonito olhar nos olhos da militância e ver esperança, mesmo nos momentos difíceis que passam o nosso país. 

Nesses 95 anos temos muita história para contar, não há uma passagem das idas e vindas na história do Brasil que o PCdoB não estivesse ao lado da Democracia. Isso nos custou caro. Sempre que a democracia era ameaçada, o PCdoB era alvo de perseguição. Fomos perseguidos na ditadura do Estado Novo, na ditadura militar, fomos colocados na ilegalidade muitas vezes na história.

Mas nunca deixamos de acreditar no Brasil, a luta era nossa fonte de esperança. Lutamos contra o nazi-fascismo, que assolava o mundo com a guerra. Viramos heróis na Guerrilha do Araguaia, quando nos misturamos com o povo do campo, na clandestinidade para construir resistência à ditadura militar. Lutamos pela redemocratização e viramos constituintes, e demos valiosas contribuições a essa Constituição Cidadã que hoje é atacada. Lutamos contra o neoliberalismo, contra os desmonte do Estado. E ajudamos os governos Lula e Dilma a fazerem o povo voltar a ter esperança que esse país podia dar certo. Esses 95 anos de história nos deu muita sabedoria. Nós fomos o primeiro partido a perceber que um golpe estava em curso no nosso país. Quando muitos se confundiram, quando muitos subestimaram, lá estava o PCdoB na linha de frente da defesa do mandado de Dilma Rousseff. Defendemos Dilma porque era uma mulher guerreira, porque representava a continuidade do projeto mudancista de Lula. E porque sabíamos que quem queria dar o golpe, era uma aliança do que há de mais atrasado em nosso país: elite financeira, do judiciário, da imprensa marrom e do imperialismo. Dito e feito, fruto de uma operação judiciária-policial duvidosa, em nome do suporto combate à corrupção, estão promovendo o maior desmonte da indústria nacional. Estão acabando com a nossa maior empresa, que era orgulho nacional, logo após a descoberta do Pré-sal. Servindo aos interesses das multinacionais petrolíferas. Agora a operação Carne Fraca, opera contra a indústria de carnes, que fora campeãs de exportação para o mundo. Quem será a próxima? Minério? Soja? Não existe outra palavra para denominar isso se não: Imperialismo. 

Abriu-se a caixa de pandora dos retrocessos. PEC que congela o futuro do país, Reformas que acabam com a educação pública e o Plano Nacional de Educação e agora Reforma Trabalhista, Terceirização e Reforma da Previdência. Nossos direitos conquistados na Constituição de 88 estão indo pelo ralo. Diante de tudo isso, não esmorecemos, o PCdoB está lado a lado com os movimentos sociais, com as mulheres, os trabalhadores e a juventude para derrotar as reformas de Temer e conquistar um novo futuro com democracia. Está nas mãos na nossa geração, da juventude de hoje de construir um novo futuro no Brasil e no mundo. O neoliberalismo não apresenta perspectiva de futuro para humanidade, de crise em crise, os povos são abandonamos a própria sorte. Por isso a juventude se levanta no mundo todo para gritar a esperança. O PC do B sendo o partido mais jovem do Brasil e um dos mais jovens do mundo, tem grande contribuição a dar para as futuras gerações. Mais uma vez reafirmamos: só a luta muda à vida! Viva a luta! Fora Temer! Viva os 95 anos do PCdoB!”

                                *****

 PS. A pergunta que todos os cientistas políticos deveriam se fazer nos próximos anos seria: Porque político trai tanto? Talvez nenhuma das perfídias humanas seja tão cruel quanto uma traição. A história da humanidade está cheia de reviravoltas e traições de todos os tipos. A produção cultural humana como os mitos gregos estão recheados delas, com seus diferentes graus e formas.  A política antiga e moderna está recheada de traições, das mais célebres até as mais corriqueiras. Políticos e suas sacanagens com o dinheiro público são expostos aos holofotes graças a mulheres traídas.  Nenhuma outra atividade, como a política, no sentido da luta pelo poder, implica tanta disposição a trair os companheiros ou amigos.  Nada acontece por acaso, nem no âmbito pessoal, nem social, nem na vida pública. Aceito sem reservas a tese de que as condições objetivas determinam o comportamento das pessoas. Isto é: cada um reage conforme a posição em que esteja; cada um tem seu preço numa sociedade em que todas as relações se tornam relações de “mercado”.

 A traição é um dado do jogo humano e só se desencadeia e manifesta quando a vigilância e desatenção psicológica de quem a sofre tornam possível tal atropelo, ou seja, só somos traídos por aqueles em quem depositamos a maior confiança. E o pior, é que sempre esses conseguem evidenciar mentiras que te exponham como o traidor, mesmo sendo ele o causador de sua traição!

 A traição política é pública e inscreve-se num programa de ação que não coloca frente a frente dois seres humanos singulares, mas desvela uma inteligência e uma finalidade em que os homens não são mais que instrumentos.

 

(*)Marco Antonio Poletto é gestor no Poder Judiciário, Historiador, Articulista e Animador Cultural.

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