Seis meses depois de as empreiteiras responsáveis entregarem as três novas unidades de saúde construídas com recursos do Ministério da Saúde, apenas uma delas – a ESF “Ozil Joaquim Rezende”, do Jardim Municipal – foi colocada em funcionamento. As outras duas – ESF “Zilda Arns Neuman”, do Novo Mundo, e ESF “Luís Ernesto Sandi Mori”, do JACB – ainda continuam aguardando a instalação de energia elétrica, pela Elektro, para serem colocadas em funcionamento. Os contratos para construção dos três postos – que custaram mais de R$ 1,8 milhão – foram assinados em fevereiro de 2014, mas as obras enfrentaram alguns contratempos e só foram concluídas no final de 2016.
A construção do posto do ESF “Ozil Joaquim Rezende”, nas proximidades da Facip, foi executada pela Construtora Oliveira & Araújo, de Ouroeste, e custou cerca de R$ 603 mil. Por enquanto, é a única das novas unidades que – desde a semana passada – já está atendendo a população daquela região da cidade. A unidade funciona de segunda a sexta-feira, das 07 às 17 horas, e conta com três médicos: um clínico geral, que atende todos os dias, um pediatra e um ginecologista, que atendem pelo menos uma vez por semana. Em média, o clínico geral atende cerca de 30 consultas diariamente.
Unidades do JACB e do Novo Mundo aguardam instalação elétrica
As outras duas novas unidades de saúde – construídas pela empresa J.A.Tinelli Marques Ltda, de Palmeira D’Oeste, a um custo de R$ 1,2 milhão – também foram finalizadas em dezembro do ano passado, mas, transcorridos oito meses, ainda não foram inauguradas. O que está impedindo o início das atividades das duas novas unidades – do Novo Mundo e do JACB – é a falta de energia elétrica, como explicou a secretária municipal de Saúde, Maria Aparecida Martins Moreira. “Ao assumir a pasta, no início deste ano, nós solicitamos à Elektro que fosse providenciada a instalação de energia elétrica, mas a demanda ainda não foi atendida. Mais do que ninguém, queremos que os novos prédios comecem a ser utilizados”, garantiu a secretária.
Segundo chefe de gabinete da pasta, Patrícia Albarello, o próprio prefeito Flávio Prandi já chegou a falar, via telefone, com o diretor da Elektro, mas, mesmo assim, a administração continua aguardando as providências de fornecedora de energia elétrica. “Quando nós fizemos a solicitação, a Elektro alegou que, em função dos equipamentos que serão utilizados nas unidades de saúde, seriam necessárias algumas melhorias na parte externa da estrutura elétrica. Estamos aguardando”, explicou a chefe de gabinete. A secretária Maria Aparecida confirmou que, pelo menos no caso da unidade do JACB, “será necessária uma adaptação da rede elétrica na via pública”.
No caso da unidade do Novo Mundo, localizada na Rua 17, fundos do Estádio Municipal, a Elektro não é a única culpada pelo atraso na instalação da energia elétrica. Segundo a secretária, a concessionária de energia bem que tentou executar o serviço, mas quando seus funcionários chegaram ao local os cabos instalados pela Prefeitura tinham sido roubados, o que impediu a instalação da energia. De acordo com Maria Aparecida, “a Prefeitura providenciou novos cabos, mas a Elektro iniciou um novo processo, com outro protocolo, o que aumentou o tempo de espera”.
Usuários questionam demora
A dona de casa Ivani, 42 anos, questiona o empenho da Prefeitura para conseguir colocar as novas unidades de saúde em funcionamento. “Sabemos que existe burocracia, mas mesmo assim, é muita demora”, reclamou. Já a oficial administrativa Fabiana de Cássia, 43 anos, explicou que depende do SUS e encara as unidades desativadas como “elefantes brancos”, situação que lhe causa indignação. “Eu passo todos os dias na frente da ESF do Novo Mundo para ir ao meu trabalho e fico indignada, porque é um espaço feito com o dinheiro público que já poderia estar sendo utilizado”, disse Fabiana.