O cuidado do bebê prematuro vai além do carinho, amor e dedicação da equipe de enfermagem e médicos da Santa Casa de Jales. Pensando no conforto e bem-estar de cada um dos pequenos é que a técnica de enfermagem da Uti Neonatal, Nathália Terra, teve a ideia de implantar o projeto “Polvos de crochê”, no final de março. A iniciativa partiu após a profissional ter sido marcada em uma publicação nas redes sociais sobre a utilização dos “bichinhos” feitos de algodão em grandes centros de UTIs.
“Quando tive acesso a esse material fiquei interessada em saber mais sobre o assunto e aproveitei para procurar uma amiga para que confeccionássemos os primeiros polvos para a Uti Neo da nossa Santa Casa”, relatou.
Os primeiros polvos foram frutos de pesquisa e doação por parte de Nathália e a amiga Mônica Yamamuro, que não mediram esforços para elaborar o material. A aprovação foi imediata por toda equipe da UTI. “Trazer esse método para a Uti Neo da Santa Casa foi uma excelente inciativa, porém, vale lembrar que ainda não existe nenhum estudo científico comprovado sobre a eficácia do método. Mas, desde quando começamos a utilizar os polvos percebemos que os bebês prematuros ficaram mais calmos, tranquilos e seguros. Com isso, houve melhora em relação a frequência cardíaca, respiratória e eles puxam menos a sonda, cateter, a cânula, até as mamães perceberam essa mudança”, destacou a médica pediatra da Santa Casa, Eliana Nunes Tamashiro.
O projeto
O Projeto Octo (Projeto Polvo) foi criado por um grupo dinamarquês em 2013. Eles acreditam que os tentáculos do objeto se assemelham ao cordão umbilical, fazendo os prematuros lembrarem do período que estavam no útero materno. A ONG prematuridade.com foi a primeira no Brasil a fortalecer essa metodologia alinhado com a Dinamarca. No site é possível conhecer o passo a passo da fabricação do polvo, entre outras informações. Todo o material é feito com linha de crochê 100% algodão, manta siliconada, antialérgica, sendo os olhos e bocas costuradas.
A Santa Casa de Jales já recebeu 18 doações de crochês, sendo que a maior parte veio da artesã Ângela M. Casagrande Guarnieri, de Fernandópolis, que entrou em contato com a instituição oferecendo o material.
A colaboradora Nathalia Terra destaca que o bebê quando recebe alta leva o polvo para casa. O próximo passo é ensinar as próprias mães a confeccionarem as fofuras aos filhos.
Os interessados em doar polvos de crochê podem entrar em contato com a Nathália Terra que poderá orientar sobre o material, pois existe um padrão para confecção, telefone (17) 3622-5000.