Na segunda-feira, 3 de abril, a Comissão de Captação de Órgãos da Santa Casa de Jales realizou a primeira captação total na região de São José do Rio Preto, autorizada por intermédio de um alvará judicial. O advogado Leandro Montanari Martins apresentou um pedido que foi encaminhado no domingo, dia 2, ao juiz de plantão da 3ª Vara da Comarca de Jales, José Pedro Geraldo Nóbrega Curitiba.
A paciente chegou a relatar o desejo de ser doadora de órgãos, porém era preciso de uma autorização familiar, de pai, mãe ou filhos. “A doadora não tinha parentescos de primeiro grau, algo muito raro de acontecer, por isso a necessidade de autorização judicial”, informou o advogado.
O coordenador da comissão de captação de órgãos da Santa Casa de Jales, Paulo Lima, falou sobre o processo de captação. “Por meio de exames clínicos e radiográficos realizados por três médicos, foi constatado a morte encefálica da paciente na tarde de sábado. Verificarmos que era uma potencial doadora de órgãos. O processo de busca de possíveis receptores compatíveis foi iniciado após o alvará judicial ser expedido”, destacou.
Emília Oliveira, uma tia da paciente que reside em Aparecida d’ Oeste lembrou que a sobrinha gostava de ajudar as pessoas. “Eu era a parente mais próxima e ela sempre relatou esse desejo, até mesmo porque o primo dela já tinha recebido um fígado que salvou a vida dele”, relatou Emília.
Após os procedimentos judiciais realizados pelo advogado, e de posse do alvará, foi iniciada uma busca ativa por meio da Central de Captação de Órgãos de Ribeirão Preto, órgão regulador de possíveis receptores. A equipe foi acionada para a realização da captação dos rins, fígado e córneas da doadora.
Segundo as informações da Comissão de Captação de Órgãos da Santa Casa de Jales, já havia um paciente pronto para receber um dos órgãos. O procedimento aconteceu conforme o esperado e o receptor passa bem.
Uma equipe de São José do Rio Preto acompanhou todo o processo. Os médicos Eliana Nunes Tamashiro, Emico Fujihara, Gabriela Permigiani Zocca, Marlene Santos de Oliveira e Ricardo Rodrigues Perbelini, da Santa Casa, também contribuíram para a realização do procedimento inédito.
