Os medalhistas da Olímpiada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) têm até o dia 20 de fevereiro para realizarem sua inscrição e concorrerem a 50 bolsas de estudo no valor de R$ 1,2 mil mensais oferecidas pelo Instituto TIM. O incentivo é direcionado aos estudantes que receberam medalhas de ouro, prata ou bronze em edições anteriores da OBMEP e vão ingressar no Ensino Superior em 2017. Para se candidatar é preciso estar matriculado em uma universidade pública em um dos seguintes cursos: Astronomia, Biologia, Computação, Economia, Engenharia, Estatística, Física, Matemática, Medicina ou Química.
Os bolsistas serão selecionados por uma comissão formada por representantes do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e receberão a bolsa de estudo durante 12 meses, renováveis por até 48 meses. Os interessados que se enquadrem nos requisitos podem realizar a inscrição pelo site bolsatim.obmep.org.br. O resultado da seleção será divulgado na mesma página até o dia 07/03.
Jalesense
Lissa Kido Higashizawa, de 18 anos, sempre estudou em escolas públicas na cidade de Jales e sonhava cursar Estatística na UFSCar, a 337 quilômetros de sua cidade. Em 2016, ela conseguiu realizar esse desejo, passando direto do Ensino Médio para a faculdade. “Quando eu morava em Jales, eu olhava a UFSCar como se fosse uma utopia. Fazer essa universidade e viver numa cidade grande é a realização dessa utopia”, diz.
A jovem foi medalhista da OBMEP quatro vezes, sendo duas medalhas de prata e duas de bronze em 2010, 2012, 2013 e 2014. “Desde pequena eu sempre gostei de matemática, sempre foi minha matéria favorita”, conta. Fazer Estatística foi uma decisão tomada no último ano do Ensino Médio, um pouco antes da prova do Enem: “É um curso de exatas, os salários são bons e a área de atuação é bem ampla”, comenta a garota.
A família de Lissa não teria condições de arcar com os custos de sua permanência em São Carlos. “Quando saiu o resultado das bolsas [da universidade] e vi que fui indeferida, fiquei desesperada porque não tinha como me manter aqui. Logo depois saiu o resultado da bolsa da TIM. Fiquei muito aliviada e muito feliz”, conta.
Hoje ela usa o dinheiro da bolsa para pagar a república onde mora, a alimentação e outros gastos. “Seria difícil sem a bolsa. Basicamente, eu sobrevivo com esse dinheiro”, diz. A rotina é intensa: as aulas começam às 8h da manhã e a estudante só sai da universidade às 18h. Em casa, ela ainda revisa as matérias trabalhadas em sala de aula das 19h às 23h. “A bolsa ajudou tanto para eu conseguir me manter quanto como um estímulo para eu continuar a estudar”, explica Lissa.
A Bolsa Instituto TIM – OBMEP tem como objetivo dar apoio financeiro aos talentos vindos de famílias de baixa renda, para que possam assim cursar a universidade. Desde 2015, o Instituto TIM já apoiou 100 jovens estudantes que não teriam condições de cursar o ensino superior sem esse suporte.
Sobre o Instituto TIM
Fundado em 2013, o Instituto TIM (institutotim.org.br) tem como missão criar e potencializar recursos e estratégias para a democratização da ciência, tecnologia e inovação, promovendo o desenvolvimento humano, utilizando a tecnologia móvel como um dos principais habilitadores. Possui quatro pilares que definem sua atuação: Ensino, que tem como foco a educação em ciências e matemática; Aplicações, com o objetivo de desenvolver novas soluções tecnológicas livres; Inclusão, com a difusão do conhecimento de tecnologias de informação e de comunicação; e Trabalho, criando novas formas de atuação por meio do conhecimento tecnológico. Todas as soluções tecnológicas desenvolvidas pelo Instituto TIM são livres. Os projetos do Instituto TIM já envolveram mais de 700 mil pessoas em todo o país.
Marcela Barbin