“Estou muito feliz pela diocese de Jales. Amo este povo. Desde o momento que recebi a notícia de que seria bispo de Jales, meu coração explodiu de alegria e desde a minha chegada aqui tive uma acolhida afetuosa. É um povo bom, de muito boa vontade e trabalhador. E eu sempre quis unificar mais a minha experiência de trabalho no mundo rural com o mundo urbano e aqui isso está sendo possível”. Assim o bispo de diocesano de Jales, Dom Reginaldo Andrietta encerrou a sua entrevista ao A Tribuna TV, canal do jornal A Tribuna no You Tube. Mas a conversa que levou aproximadamente 50 minutos foi recheada de momentos saborosos que demonstraram um pouco do entusiasmo e da alegria contagiante do novo líder da Igreja Católica na região.
A entrevista poderá ser vista a partir desta semana através do endereço eletrônico www.youtube.com/atribunajales.
Dom Reginaldo é responsável por uma das maiores dioceses do Estado, com uma abrangência de 46 municípios, 53 paróquias e 234 comunidades na zona urbana e rural. Além de ativa participação em projetos da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) que o obrigam a deixar a cidade com certa frequência. Mas energia e prazer de trabalhar é o que não lhe faltam. Apesar do grande volume de trabalho, o bispo encontra tempo para visitar os bairros e conversar com os fiéis até nas comunidades e nas ruas.
Perguntado se está gostando de ser bispo, Dom Reginaldo abriu um sorriso e respondeu que está gostando “muitíssimo”. “É uma alegria imensa. Eu já gostava de ser padre. Amo a vida. Gosto de ser cristão em primeiro lugar. Estou muito feliz”.
Durante a conversa, o bispo falou sobre personalidades que o inspiram. “Em primeiro lugar, Jesus Cristo. Pela fé que eu vivo. A minha missão está configurada ao Cristo Jesus. Ele é o grande inspirador. É ele que está nos comunicando no dia-a-dia o seu espírito, mas é um espírito que está presente em muitos testemunhos”.
Falou sobre a ascensão de Donald Trump, nos Estados Unidos, considerado por ele um presidente belicista e que poderá dificultar o equilíbrio econômico mundial e o favorecimento dos países emergentes. “O partido republicano é bastante militarista e investe bastante na segurança nacional, mas na realidade, oferece segurança às empresas americanas que são transnacionais e que tem interesses internacionais em torno do petróleo e intervém em outras realidades em defesa de seus interesses econômicos. Nesse sentido é muito preocupante”.
Comemorou a chegada do novo Seminário que recebeu 21 novos seminaristas (17 de Jales e 4 de Votuporanga) e falou sobre a busca de novos vocacionados em tempos atuais. “É difícil e certamente sempre será [encontrar novas vocações] porque a tendência da sociedade é o individualismo e as pessoas estão deixando de frequentar atividades religiosas, perdendo o senso da fé, mas, graças a Deus, nessa região ainda existe uma cultura católica bastante forte, impregnada na vida familiar e isso favorece o surgimento das vocações”.
Perguntado sobre as críticas que as igrejas em geral sofrem a sua relação com a arrecadação financeira e a aplicação do dinheiro arrecadado. “Jesus já dizia que não podemos servir a dois senhores: a Deus e ao dinheiro, mas ele estava se referindo à idolatria do dinheiro. Já entre os discípulos havia aquele que cuidava do dinheiro e eles dependiam da colaboração de tantas pessoas para o exercício do ministério deles. Então não é estranho que uma comunidade dependa de recursos. As obras sociais da Igreja são muitas e elas custam dinheiro”.