A doação de órgãos tem deixado de ser um tabu no país, o que ajuda a reduzir a fila de pacientes que aguardam por um transplante, embora, em setembro do ano passado, quase mil pessoas estavam na fila de espera por um órgão no Estado de São Paulo. A boa notícia é que cada doador de órgãos pode salvar até dez vidas. Pensando nisso, A Santa Casa de Jales realiza, há cinco meses, um trabalho constante de captação de prováveis doares de órgãos e tecidos.
A doação total de órgãos só acontece quando é constatada a morte encefálica. De acordo com o coordenador da equipe de Captação de Órgãos da Santa Casa, Paulo Lima, após o diagnóstico de morte encefálica, a família é consultada e orientada sobre o processo de doação. Os órgãos que podem ser doados por pessoas diagnosticadas com morte cerebral são córneas, rins, fígado, coração, pulmão, pâncreas e fêmur.
De acordo com a equipe, ainda que seja relatado o desejo pelo paciente, a doação só poderá ser efetivada se realmente for um provável doador compatível com o receptor e a família autorizar por escrito. A comissão de captação de córneas do hospital conta com os enfermeiros, Paulo Lima, Jaqueline Fava, Celia Fiorentino e Rosimeire Angeline.
Em dezembro de 2016, A Tribuna noticiou em uma de suas páginas o caso de Gislaine Cristina Ribeiro, jovem que acabou falecendo na UTI da Santa Casa e a família autorizou a doação de córneas.
“Percebemos que a Gislaine tinha condições de ser uma doadora. Apesar do sofrimento da família, temos que falar sobre esse assunto para que estejam conscientes de que o ente querido pode ajudar o próximo”, relatou. “Mesmo em um momento de muito sofrimento, a mãe da jovem, Maria Socorro Montanari, nos disse que a filha tinha medo de ficar cega por conta da diabetes e não pensou duas vezes quando foi abordada”, revelou o enfermeiro Paulo.
O provedor, Junior Ferreira, engrandeceu o trabalho realizado pela comissão e parabenizou pessoalmente toda a equipe. “Para a instituição, esse trabalho é grandioso, pois a mobilização feita por colaboradores capacitados também envolve outros municípios como Marília, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto que são os lugares que recebem a captação dos órgãos e distribuem em todo pais, por meio do banco de dados nacional. Parabenizo a equipe de trabalho e todas as pessoas que autorizam a realizar esse bonito gesto”, destacou Junior antes de finalizar: “as pessoas precisam ter conhecimento desses casos de vidas que são salvas em função da doação de órgãos para que possam ser sensibilizadas e se tornar possíveis doadores”.
Comparado ao total do Brasil, 51% dos transplantes de pulmão, 40,7% dos de pâncreas/rim, 37,3% dos de rim, 37,2% dos de coração e 36,1% dos de fígado, além de e 37,1% dos de córnea (considerada tecido), foram feitos pelo Estado de São Paulo.