Completou na segunda-feira, 21, quinze anos que o ex-prefeito José Carlos Guisso faleceu em um acidente automobilístico. A data foi lembrada durante a sessão da Câmara de segunda-feira passada pelo vereador Gilbertão(DEM), que foi um dos mais ferrenhos opositores do falecido ex-prefeito. Guisso faleceu na noite de 21 de novembro de 2001, por volta das 23:00 horas, quando voltava de Fernandópolis, onde fora dar uma entrevista à revista “Charme”. O carro oficial que ele dirigia – um Siena – chocou-se de frente com a Belina dirigida pelo pedreiro Benedito Romano, que também faleceu no acidente.
O acidente aconteceu no KM 579 da rodovia “Euclides da Cunha”, proximidades do viaduto “Giovani Missoni”, no trevo da rodovia Jales-Água Vermelha. Guisso, que tinha chegado às 3:30 horas da madrugada de uma viagem a São Paulo, trabalhou normalmente naquele dia, participou de reunião do seu partido, o PSDB, e ainda pretendia – assim que chegasse de Fernandópolis – passar pelo Velório Municipal, onde estava sendo velado o corpo da professora Marli Iglesias, falecida também em acidente de carro. Auxiliares contam que Guisso dispensou o motorista – que tinha viajado com ele a São Paulo – e preferiu ir, ele próprio, dirigindo o carro.
A grande maioria da população jalesense só ficou sabendo do acidente – e da morte do prefeito – na manhã do dia 22 de novembro. Àquela altura, a Câmara já tinha se reunido de madrugada para dar posse ao vice-prefeito José Antonio Caparroz, cujo primeiro ato foi decretar feriado municipal. O atual prefeito Pedro Callado, que era muito amigo da família Guisso, foi um dos primeiros a receber a notícia. Um funcionário do Fórum local e estudante de Direito em Fernandópolis passou pelo local do acidente e, imediatamente, acionou o então juiz. Em princípio, Callado não acreditou, mas, depois de alguns telefonemas, convenceu-se de que a vítima do acidente era realmente Guisso.
O prefeito eleito Flávio Prandi, o Flá, era vereador e líder do governo de Guisso na Câmara. Ele se preparava para dormir, quando recebeu um telefonema de um amigo sobre o acidente, mas, àquela altura, ainda não havia a certeza de que a vítima era o prefeito. Flá se dirigiu até o local e, ao ver o corpo, certificou-se de que era mesmo Guisso o acidentado. Abalado, Flá pediu para um amigo dirigir seu carro na volta, enquanto ele telefonava para os outros vereadores.
Niltinho Suetugo, que vai assumir a Secretaria de Planejamento do próximo governo, era um dos mais próximos colaboradores de Guisso. Ele foi uma das últimas pessoas a se reunir com Guisso na Prefeitura. Quase ao final do expediente, eles se reuniram para discutir alguns eventos programados para os dias seguintes, entre eles a inauguração da Delegacia da Polícia Federal e o Seminário “Alternativas de Desenvolvimento”, que seria realizado na Câmara. Niltinho, que era professor da Unicastelo, em Fernandópolis, também voltava para casa e passou pelo local cerca de 10 minutos antes de o acidente acontecer.
Guisso estava no primeiro ano de seu segundo mandato como prefeito, depois de derrotar, nas eleições de 2000, o então prefeito Antonio Sanches Cardoso, o Rato. Ele já tinha sido prefeito entre janeiro de 1993 e dezembro de 1997, quando deixou o cargo sem disputar a reeleição, que, naquela época, não era permitida. Nos onze meses de sua segunda administração Guisso já tinha viajado oito vezes a Brasília e mais de uma dúzia de vezes a São Paulo. Ele morreu dois dias antes da inauguração da Delegacia da Polícia Federal em Jales, uma de suas mais importantes conquistas.