Depois de sofrer algumas interrupções, a operação tapa-buracos iniciada pela Prefeitura em maio deste ano está paralisada há pelo menos três semanas e tudo indica que, desta vez, não será retomada tão cedo. Assessores do prefeito Pedro Callado confirmaram que os serviços foram interrompidos em função da falta de recursos financeiros. “A arrecadação continua caindo e a nossa prioridade é pagar os salários dos servidores e os fornecedores. Nós temos consciência de que a situação de algumas ruas é das piores, mas, infelizmente, tivemos que optar por paralisar a operação tapa-buracos”, confidenciou um assessor.
A informação foi confirmada pelo próprio prefeito Pedro Callado. “Este mês, nós pagamos os funcionários a duras penas. Para o mês que vem, tudo indica que as dificuldades serão maiores. A solução é continuar cortando gastos”. O secretário municipal de Obras, Manoel Andreo de Aro confirmou que a Prefeitura ainda tem um pouco de massa asfáltica para tapar buracos, mas ressaltou que só está atendendo casos emergenciais. “A maior parte do material que nós compramos já foi utilizada. Restou apenas um pouco de massa para os casos mais urgentes”. Ele confirmou, também, que a paralisação se deve aos problemas financeiros do município.
“A licitação que nós fizemos para aquisição de massa asfáltica previa que poderíamos gastar até R$ 600 mil até o final do ano, mas isso não quer dizer que temos que gastar todo esse dinheiro. Nós gastamos, até agora, R$ 150 mil e, em função da falta de recursos, a operação foi paralisada”, continuou De Aro. Ele avalia que a operação dificilmente voltará a ser realizada neste ano e que eventuais melhorias no asfalto irão depender da licitação referente ao empréstimo obtido junto à Agência Desenvolve SP. “A nossa expectativa é de que a licitação de R$ 4 milhões para recape não sofra novas impugnações e que possamos iniciar o recapeamento de algumas ruas antes do final do ano”, finalizou De Aro.
No Jardim América, moradores protestam contra buracos
Uma das áreas da cidade com maior número de ruas esburacadas, o Jardim América é também um dos bairros com maior quantidade de moradores indignados com a situação de suas vias. “Isso aqui tá uma vergonha. No tempo do Parini, a Prefeitura andou recapeando algumas ruas, mas o recape não durou nem um ano e se esfarelou. Além dos buracos, tem muita pedra solta. Já teve gente aqui que foi atingida por pedras atiradas pelos pneus dos carros. Felizmente, ninguém foi atingido no rosto ou na cabeça”, disse um morador.
Na Rua Jales, outro morador se mostra revoltado e joga a culpa na roubalheira instituída no país. “O Brasil tem muito roubo e quem acaba pagando o preço somos nós, que somos obrigados a conviver com ruas esburacadas e com uma saúde de baixa qualidade”, diz o caminhoneiro Nino. “Eu moro aqui nessa rua há três anos e nunca vi a Prefeitura fazer algum recape por aqui. O que eu já vi foram alguns carros quebrando por causa desses buracos. Também já vi motoqueiros se esborrachando no chão, depois de meter a moto em algum desses buracos”, diz o caminhoneiro.
A situação do quarteirão onde mora seo Nino é tão ruim que, enquanto ele conversava com a reportagem de A Tribuna, um amigo chegou andando a pé para tratar de negócios e explicou: “Eu preferi deixar meu carro no quarteirão de baixo e vir andando”.