Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Candidatos apostam em apelidos para conquistar eleitorado

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O eleitor brasileiro já não se surpreende em época eleitoral com os mais diversificados, estranhos e até pejorativos apelidos que alguns candidatos utilizam na tentativa de conquistar o voto dos eleitores. Segundo o cientista político Paulo Kramer, professor da Universidade de Brasília (UnB), o uso de apelido é uma marca da informalidade do brasileiro. “É um costume arraigado na cultura do país e marca a cordialidade do brasileiro. O apelido tem o papel de facilitar a conexão entre o candidato e o eleitor. É também uma mostra de confiança”, explica o professor.

Um dos traços mais comuns nos apelidos eleitorais é a ligação entre o candidato e o seu local de trabalho ou profissão: é a Neusa do Salão, o Joaquim da Farmácia, o Paulão do Açougue, etc. Neste ano, uma mudança na legislação eleitoral proíbe os candidatos de vincularem seus nomes a órgãos públicos. Em Jales, o Jesus da Prefeitura, teve que mudar o apelido para a urna eletrônica e deixar simplesmente Jesus. E o candidato Pedro Artur dos Santos, que já disputou uma eleição como “Pedrinho do Pronto Socorro”, não quis correr riscos e mudou o apelido para “Pedro Socorrista”.

Por sinal, as eleições em Jales já foram mais criativas no quesito apelido. Em 2000, por exemplo, o pleito municipal de Jales foi parar na famosa coluna do cronista José Simão. “E um cara de Jales me disse que o candidato a prefeito se chama Rato e o vice, Porquinho. E os vereadores: Preá, Cartucheira e Berinjela. O que eu faço? Voto neles ou mudo de cidade?”, escreveu o colunista da Folha de S.Paulo. Agora em 2016, porém, poucos apelidos chamariam a atenção de Simão, na eleição de Jales. “Zé Bolacha” e “Pintinho” estão entre as poucas novidades. Na região, no entanto, Simão encontraria farto material para suas crônicas. 

Em Paranapuã, além do Nei Tomateiro e do Tiago Lixeiro, é possível encontrar pelo menos três candidatos com apelidos curiosos: Vagner Scapin(PSD), é o “Burrão”; José Carlos Pereira(PSDB) é o “Cascão”; e Valdeci Pinheiro de Azevedo é o “Esquisito”. Em Santa Albertina, o apelido de uma candidata faz referência a quase toda sua família: “Juliana do Paulinho da Lurde”. Ela terá a concorrência do “Pamonha” e do “Nariguim”.  E entre as opções dos eleitores de Vitória Brasil, estão o “Bisteca”, o “Lambari” e o “Val Oreia”. Já os eleitores de Dirce Reis terão entre as opções para vereador, os candidatos “Lagartixa” e “Bifão”. E em Urânia, o vereador João Jovino Batista(PTB), o João “Pega Lebre”, é candidato a vice-prefeito pela coligação “Renovação Já”. 

Fora da Zona Eleitoral de Jales, mas ainda na região, a lista de apelidos curiosos inclui os candidatos Ademar Soares, o “Falafina” (Dolcinópolis), Paulo Módulo, o “Paulinho Capa Bode” (Populina) e Jesus dos Santos, o “Quero-Quero” (Turmalina). Em Estrela D’Oeste, estão na disputa os candidatos “Mauro da Poda de Árvore”, “Miguel da Funerária” e “Tico do Bestereco”. E em Ouroeste, o candidato a prefeito José Fábio da Silva, o “Chegado”, disputará a Prefeitura com João Oscar dos Santos, o “Jhony Signor”. Em Santa Fé do Sul, o ex-vereador jalesense Roberto Genari, o “Cartucheira”, está concorrendo a um cargo na Câmara com o apelido de “Roberto Auto Escola”.

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