A crise financeira vivida pela maioria das prefeituras brasileiras – por conta da diminuição da arrecadação e do aumento das despesas – está forçando prefeitos a tomarem medidas extremas. Em Itapeva, na região de Sorocaba, o prefeito Roberto Comeron (PMDB) está reduzindo a jornada de trabalho de grande parte dos servidores, exonerando ocupantes de cargos de confiança e extinguindo secretarias. Em Adamantina, região de Presidente Prudente, a Prefeitura adotou, desde junho, um programa de contenção de despesas que inclui, entre outras coisas, a redução do horário de atendimento.
Em Jales, não é diferente. Depois de tomar medidas como o corte nas despesas com a limpeza urbana, que implicou na demissão de varredeiras e em ruas sujas, o prefeito Pedro Callado adotou, na semana passada, mais algumas medidas administrativas que incluem até o corte do cafezinho no Paço Municipal e nas diversas secretarias. “Entre demitir estagiários – que são importantes para o funcionamento da Prefeitura – e cortar o cafezinho, eu prefiro cortar o café”, justificou Callado.
Além de suspender temporariamente o café, o prefeito determinou também que os servidores do Paço, das secretarias, e dos demais órgãos municipais, evitem ligar os aparelhos de ar condicionado. A medida não inclui as salas de aulas das escolas municipais, cujos aparelhos, a critério das diretoras, poderão ser ligados nos dias de calor. Callado pretende, ainda, diminuir os gastos com combustíveis e, para isso, recomendou aos secretários municipais mais rigor no uso de veículos. “A recomendação é para que as chaves dos veículos fiquem com os secretários e só sejam liberadas em casos realmente urgentes e necessários”, confirmou um assessor do prefeito.
De acordo com informações obtidas pelo jornal A Tribuna, assessores do prefeito estão discutindo, também, a mudança do horário de atendimento da Prefeitura. O atendimento, que, atualmente, funciona das 09 às 11 e das 13 às 16 horas, passaria a funcionar em turno único, das 07 às 12 horas. Callado confirmou que o assunto já foi discutido com sua equipe, mas o prefeito, pessoalmente, parece ser contra a adoção dessa medida.
No ano passado, Callado decretou, logo no início de setembro, um novo horário de atendimento, em turno único – das 08 às 13 horas – mas voltou atrás depois de dois meses, provavelmente em virtude do fraco resultado, em termos de economia, obtido pela medida. Além disso, o atendimento em turno único foi duramente criticado por setores da imprensa.