O prefeito Pedro Callado assinou, no dia 30 de junho – último dia útil antes do fim do prazo para desincompatibilizações – as portarias que tratam do afastamento de oito servidores municipais que pretendem disputar uma cadeira de vereador nas eleições municipais deste ano. De acordo com a legislação eleitoral, servidores municipais devem se afastar do trabalho até 90 dias antes da data das eleições, que, neste ano, irão ocorrer no dia 02 de outubro. Os oito servidores não são, porém, os únicos que estão afastados para concorrer ao cargo de vereador nas próximas eleições.
Antes de assinar as oito portarias, Callado já tinha autorizado, no início de abril, o afastamento do servidor Ricardo Junqueira, um dos auditores fiscais do município, uma vez que a mesma legislação eleitoral estabelece que, em se tratando de servidores que exercem funções de fiscalização e ou arrecadação, como é o caso de Junqueira, o afastamento deve ocorrer seis meses antes das eleições. Por outro lado, Nivaldo Rezende(PP), o Berinjela, cuja candidatura vinha sendo especulada, não está entre os que pediram afastamento. Ele se encontra, no entanto, em férias e, se resolver, ainda poderá ser candidato, desde que não retorne ao trabalho.
A Saúde será o setor mais desfalcado pelas eleições. Pelo menos três servidores – Célia Maria da Silva(PPS), Luiz Diosti(PP) e Pedro Artur dos Santos(PMDB) – pertencem àquela secretaria. Na Educação, foram dois desfalques: a auxiliar de serviços educacionais Sônia Regina Mattos Silva(DEM) e o motorista Antonio Mendes Gomes(PPS). Os outros três afastados são Délcio José Miorini(PSDB), o Zé Bolacha (Secretaria de Esportes), Francisco Carlos Zanata(PRB), o França do Cemitério, e Valdir Trassi Bitencourt(PSDB), motorista da Promoção Social.
Entre os nove servidores da ativa, apenas três já disputaram eleições. Com apenas 30 votos, Sônia Regina(DEM) foi uma das dez mulheres que ficaram entre os 15 candidatos menos votados nas eleições de 2012. Pedro Artur, o Pedrinho do Pronto Socorro, que defenderá o time do PSB neste ano, teve 289 votos em 2012, quando defendia o PMDB. Ricardo Junqueira é o mais experiente: em 2004, ele estava no PT e obteve 533 votos; em 2012, no PSB, Junqueira teve 433 votos. Neste ano, ele vestirá a camisa do PPS.
Além dos nove servidores da ativa que se afastaram, pelo menos três servidores municipais aposentados – Marynilda Cavenagui(PMDB), Jesus Batista(DEM) e Lauro Figueiredo(PRB), o Matogrosso – também deverão ter seus nomes e fotos nas urnas eletrônicas. Jesus foi eleito em 2012 com 696 votos. Marynilda foi a 5ª mais votada em 2012, com 829 votos, mas não foi eleita porque o seu partido não alcançou o coeficiente eleitoral. Já Matogrosso foi candidato em 2004, quando obteve 28 votos. Naquela eleição, ele pertencia ao PMN, do ex-prefeito Rato. Neste ano, Matogrosso disputará uma vaga de vereador pelo PRB.
Três radialistas se afastam do microfone
A nova legislação eleitoral, que diminuiu o período de campanha eleitoral, não reduziu os prazos para afastamento, criando uma situação no mínimo incômoda para aqueles pré-candidatos que necessitam se afastar do trabalho. Os servidores municipais, por exemplo, ficarão afastados por 90 dias, recebendo salários, mas só poderão fazer campanha durante 45 dias. Ricardo Junqueira, auditor fiscal do município, está afastado desde o início de abril, mas só poderá iniciar sua campanha no dia 16 de agosto.
Apesar de estar recebendo seus salários durante todo esse período, ele concorda que é uma situação absurda. “No meu caso, eu continuo recebendo salários, mas estou perdendo algumas vantagens durante os seis meses de afastamento”, diz Ricardo. Situação pior é a dos radialistas, que, durante o afastamento, acabam ficando sem salários. “Eu vou ficar três meses sem salários e só vou pode fazer campanha 45 dias. O mais correto era diminuir o período de afastamento também para 45 dias”, reclama um radialista da cidade.
Entre os radialistas de Jales, apenas três pediram afastamento de suas funções para disputar as eleições deste ano. Paulo Tomaz de Oliveira, o Paulinho Paraná, atualmente no PPS, deixou o programa que apresenta todos os dias na Rádio Cultura, o “De Bem Com a Vida”, para tentar se dar bem na política. Em 2012, disputando pelo PV, ele alcançou 318 votos.
O repórter policial e apresentador do “Boletim Informativo”, ex-vereador Osmar Rezende, também da Rádio Cultura, vai tentar voltar à Câmara, disputando uma cadeira pelo PSDB. Em 2008, ele integrava o time do PMDB e foi eleito com mais de 800 votos, mas, em 2012, ainda no mesmo partido, sua votação caiu para apenas 139 votos. Wilson de Souza Negrão, o Wilson Flumenal, apresentador do “Amanhecer na Fazenda”, da Rádio Assunção, é o terceiro da lista dos afastados do microfone. Flumenal, que foi vereador no período 2001-2004, também tentará voltar à Câmara, mais uma vez pelo PMDB. Em 2012, ele obteve 281 votos.
A apresentadora do “Bom Dia Cidade”, Mariângela Virgílio, recém-filiada ao PP e cogitada como pré-candidata a vereadora, também está afastada do microfone há duas semanas, de férias, mas, segundo pessoas próximas, ela não deverá concorrer. Outro que também não estará concorrendo a uma vaga na Câmara, é o ex-vereador e ex-secretário municipal de Esportes, Irineu de Carvalho, que se filiou recentemente ao PPS. Irineu, narrador esportivo da Rádio Cultura, continua apresentando o “Boletim Informativo”.