Pelo menos 16 partidos com diretórios em Jales entregaram suas novas relações de filiados ao Cartório Eleitoral até o dia 02 de abril, último prazo para filiação de pessoas que pretendem ser candidatas a algum cargo nas eleições municipais de 2016. Entre os grandes partidos, apenas o PT deixou de apresentar uma nova relação. Segundo o presidente do partido, Luís Especiato, não houve nenhuma nova filiação, nem tampouco desfiliação desde outubro de 2015, quando o PT apresentou sua última relação com cerca de 420 filiados.
Alguns partidos – como PCO, PMB, PROS, PRTB, Rede, Novo, PAN e PCB – não possuem representação em Jales. Siglas consideradas pequenas no espectro político nacional e local – como o PSC, PSDC, PSL, PSTU, PTN, e PCdoB – possuem filiados em Jales, mas também não apresentaram novas relações ao Cartório. O PDT, do vereador Claudir Aranda, não apresenta uma nova relação desde outubro de 2011. O PSTU também não se deu ao trabalho de trocar sua relação. O partido possui apenas 02 filiados em Jales e um deles – o professor Belon, que foi candidato a deputado federal em 2014 – se mudou para Campo Grande (MS).
O PSOL, de seu lado, até que apresentou uma nova relação, mas sem nenhuma alteração em seu rol de filiados, que, em Jales, são apenas 07. O PR local – que, desde 1993, possui entre seus filiados o narrador esportivo Deva Pascovici, dos canais Fox Sports – não teve nenhuma nova filiação. O Solidariedade(SD) também trocou sua relação, que registrou apenas a saída do vereador Tiago Abra. Com isso, o partido ficou com apenas dois filiados. O PHS é outro partido que não possui muitos filiados em Jales: apenas 07, sendo que quatro deles se filiaram em 2016, entre eles o comerciante Wladimir Prandi Franco, irmão do pré-candidato Flávio Prandi Franco.
Outros quatro partidos ligados ao pré-candidato Flá também apresentaram novas filiações. O PPS, comandado por Juliano Matos, filiou cinco novos nomes – o mais conhecido, Ricardo Junqueira – mas, em contrapartida, perdeu cinco antigos filiados, entre eles o comerciante Toninho Cruz e o advogado Guilherme Soncini. O PRB, que já tem o vereador Fagner Pelarini, o Nenê do Pet Shop, terá seis novos filiados, sendo o servidor aposentado Lauro Figueiredo, o Matogrosso, o mais conhecido. O PSB, do vereador Rivail Júnior e de outros pré-candidatos conhecidos – Ailton Cavano, Antonio Virgílio Carvalho, Elder Mansueli, Fábio Kazuto, Eva Canuto, João Zanetoni e Salatiel de Oliveira – filiou outras cinco pessoas, mas nenhuma delas é muito conhecida. Finalmente, o PRP, que conseguiu dois novos filiados: Fredo Baitello e Rodrigo Fiod.
Entre os partidos que mais movimentaram suas listas de filiados, estão o PP – que ganhou 65 novos filiados, entre eles o vereador Tiago Abra, o ex-vereador Henrique Macetão, o servidor municipal Nivaldo “Berinjela” Rezende, e a radialista Mariângela Vergílio – o PSD, que perdeu 51 filiados e ganhou outros 41 (o vereador Tiquinho, Edmílson Lázaro, Josiel de Brito, o Jojô, e Luiz Henrique do Caj, entre eles), e o PTB, da ex-prefeita Nice Mistilides, que registrou 22 novas filiações, mas, em compensação, perdeu 65 filiados. Entre os que saíram, está a ex-secretária Sandra Gigante, que foi para o PSDB.
Entre os grandes partidos, o DEM, do prefeiturável Flávio Prandi, registrou apenas 05 novas filiações nos últimos seis meses, entre elas a da ex-petista e ex-tucana Celina de Souza. O PMDB, provável aliado de Flá nas eleições de outubro, filiou apenas três pessoas nesses mesmos seis meses, entre elas o conselheiro da OAB estadual, Carlos Alberto Expedito de Brito Netto. Já o PSDB registrou mais perdas do que reforços: foram 12 deserções e apenas 07 adesões. Uma das supostas deserções – a de Bismarck Kuwakino – está dando confusão.
Bismarck diz que não se filiou ao PTB
Recebido no PSDB com as bênçãos da deputada Analice Fernandes e cotado no tucanato como um dos favoritos para ocupar uma cadeira de vereador, o comerciante e dirigente da APAFUJ, Bismarck Kuwakino, foi surpreendido na quarta-feira, 20, com a notícia de que sua filiação ao partido do prefeito Pedro Callado havia sido cancelada pela Justiça Eleitoral, uma vez que ele aparecia, também, como filiado ao PTB. Ainda na quarta-feira, Bismarck esteve no Cartório Eleitoral, onde protocolou alguns documentos que comprovam sua filiação ao PSDB, além de um ofício onde pede uma investigação da Justiça Eleitoral.
Bismarck – que já foi filiado ao PTB entre 2007 e 2009 – alega que não assinou nenhuma ficha de filiação recente junto ao partido da ex-prefeita Nice Mistilides. “Eu quero muito saber como isso pode ter acontecido e já pedi à Justiça Eleitoral para que me seja disponibilizada uma cópia da filiação ao PTB, pois tenho certeza de que não assinei nada”. Bismarck diz que não quer acusar ninguém, antes da apuração dos fatos, e não acredita que isso tenha sido feito de propósito, para prejudica-lo. “Deve ter ocorrido um mal entendido, mas não vou admitir ser prejudicado por isso. Eu venho fazendo um trabalho junto ao PSDB e não é segredo para ninguém que pretendo ser candidato a vereador pelo partido”, disse Bismarck.
Ademir Molina, o cigano
Embora tenha garantido ao prefeito Pedro Callado que não tinha deixado o PSDB para se filiar a outro partido, o secretário de Esportes Ademir Molina teve seu nome incluído na relação de filiados do PP, como, aliás, já tinha sido adiantado ao jornal A Tribuna pelo presidente do PP local, Luiz Henrique Moreira. No início de abril, Ademir – assim como os secretários Carlos Cardoso e Jorge Pêgolo – chegou a ser afastado do cargo pelo prefeito Pedro Callado, uma vez que os três tucanos seriam candidatos a vereador em outubro. Contrariado, Ademir procurou o PP, mas, ao voltar ao cargo, dois dias depois, alegando que não queria ser candidato a vereador, ele garantiu ao prefeito que continuava no PSDB.
Ademir, por sinal, é um recordista na mudança de filiação partidária em Jales. Ele começou sua militância político-partidária em 1999, no PMN, partido do então prefeito Antonio Sanches Cardoso, o Rato. Entre 2003 e 2007, Ademir vestiu a camisa do DEM. Em 2013, depois de um tempo no PSDB, ele se mudou para o PRP, onde também não ficou muito tempo. Entre janeiro e abril de 2015, Ademir esteve filiado ao PP, mas, ainda em abril daquele ano, acabou voltando ao PSDB, onde ficou até abril de 2016, para, em seguida, voltar novamente ao PP. Entre idas e vindas, Ademir já esteve filiado em cinco partidos diferentes.