Terça-feira, Novembro 26, 2024

Escrever… é uma arte!

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Essa semana não vou falar sobre a festa de peão de Jales, que por aí se aproxima. É cansativo escrever sobre tudo isso, principalmente o maltrato aos animais (sedém) e os “maravilhosos cantores” desse brega urbano com apelo rural, chamado de musica sertaneja. Achei muito mais interessante um texto, que recebi via e-mail, de Stephen Kanitz sobre como escrever artigos e convencer as pessoas com a sua opinião. 

Observando que alguns gatos pingados ainda têm paciência para lerem meus artigos, iniciei uma pesquisa sobre jornalismo opinativo. Achei pertinente compartilhar este documento com vocês também, “queridos leitores”.

Como afirma Kanitz, “o segredo de um bom artigo não é só talento e cultura, dedicação, persistência, etc. Acima de tudo é     manter-se ligado a algumas regras simples”. Cada articulista tem os seus padrões. Segue abaixo uma síntese das sete dicas desse grande escritor para argumentar bem: 

1. Sempre escreva tendo uma nítida imagem da pessoa para quem está escrevendo. Imagine alguém com 16 anos de idade ou um pai de família. A maioria escreve pensando em todo mundo, querendo explicar tudo a todos ao mesmo tempo. Ter uma imagem do leitor ajuda a lembrar de que não dá para escrever para todos no mesmo artigo. Você vai ter que escolher o seu público alvo de cada vez, e escrever quantos artigos forem necessários para convencer todos os grupos.

2. Há muitos escritores que escrevem para afagar os seus próprios egos e mostrar para o público quão inteligentes são. Querer se mostrar é sempre uma tentação, mas, tendo uma nítida imagem para quem você está escrevendo, ajuda a manter o bom senso e a humildade. Querer se exibir nem fica bem. Resumindo, não caia nessa tentação, leitores odeiam ser chamados de burros. Leitores querem sair da leitura mais inteligente do que antes, querem entender o que você quis dizer.

3. Releia e reescreva os seus artigos quantas vezes forem necessárias. Ninguém tem coragem de cortar tudo o que tem de ser cortado numa única passada. Parece tudo tão perfeito, tudo tão essencial. Por isso, os cortes são feitos aos poucos.

4. Você normalmente quer convencer alguém que tem uma convicção contrária à sua. Se você quer mudar o mundo terá que começar convencendo os conservadores a mudar. Dezenas de jornalistas e colunistas desperdiçam as suas vidas ao serem tão sectários e ideológicos que acabam sendo lidos somente pelos já convertidos. Não vão acabar nem mudando o bairro, somente semeando ódio e cizânia.

5. Cada ideia tem de ser repetida duas ou mais vezes. Na primeira vez, você explica de um jeito, na segunda, você explica de outro. Informação é redundância. Você tem que dar mais informação do que o estritamente necessário.

6. Se você quer convencer alguém de alguma coisa, o melhor é deixá-lo chegar à conclusão sozinho, em vez de você impor a sua. Se ele chegar à mesma conclusão, você terá um aliado. Se você apresentar a sua conclusão, terá um desconfiado. Então, o segredo é colocar os dados, formular a pergunta que o leitor deve responder dar alguns argumentos importantes e parar por aí. Se o leitor for esperto, ele fará o passo seguinte, chegará à terrível conclusão por si só e se sentirá um gênio.

7. É preciso ser conciso, direto e achar soluções mais curtas. Escreva um texto de quatro páginas, depois, reduza a duas e, mais adiante, a uma. Assim, você aprende a tirar as “linguiças” e redundâncias.

Para finalizar, quero colocar que, quem escreve artigos no jornalismo brasileiro tanto pode ser um jornalista, pertencente aos quadros regulares da instituição noticiosa, quanto um colaborador – escritor, professor, pesquisador, político, profissional liberal – convidado a escrever sobre assunto da sua competência.

O artigo é um gênero jornalístico peculiar à imprensa. Sua expressão não ocorre no rádio e na televisão, pela natureza abstrata que possui. Nos veículos audiovisuais, o papel que cumpre a intelectualidade através dos artigos de jornal é suprido por intermédio da entrevista.

Certos artigos publicados na imprensa têm potencialidades para ser considerados uma produção literária. “Articulistas e cronistas são autênticos literatos, e, não tendo, como o profissional do dia a dia, de submeter-se à maior pressão do tempo reduzido da produção diária, podem burilar suas matérias; não raro tornando-as antológicas e conferindo-lhes aquela perenidade que constitui exceção no exercício da atividade jornalística” É isso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(*)Marco Antonio Poletto é gestor no Poder Judiciário, Historiador, Articulista e Animador Cultural.

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