Uma das condições para autorizar o aumento do subsídio mensal pago à Auto Viação Jauense foi que a empresa trocará todos os veículos que atualmente prestam o serviço de transporte urbano de passageiros por microônibus com ar condicionado e total acessibilidade aos portadores de necessidades especiais. Além disso, a Prefeitura de Jales impôs à empresa a construção de dez pontos sinalizados de paradas de ônibus e dez abrigos cobertos para cada linha do transporte coletivo urbano, conforme projeto da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana e Segurança Pública, e deverá desocupar um lote no Distrito Industrial III, “Dr. José Carlos Guisso”.
Sem reajuste desde 2018, a Viação pediu ao Município a majoração do subsídio financeiro, dos atuais R$ 22.000,00 para R$ 69.251,48 mensais, a partir de 1º de maio de 2022.
Segundo ofício protocolado pela empresa na Prefeitura, o valor atual do subsídio e da tarifa não cobre os custos operacionais, em face das constantes altas dos preços nos componentes dos custos operacionais e a implantação de mais uma linha de transporte coletivo. Sem subsídio, ainda de acordo com a Jauense, a tarifa mínima para remunerar integralmente os custos operacionais deveria ser de R$16,80, levando-se em conta a média de passageiros transportados de 4.120 por mês.
O jornal A Tribuna teve acesso a uma pesquisa feita pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Infraestrutura e Mobilidade Urbana os valores da tarifa do transporte coletivo em algumas cidades da região, são: R$ 4,75, em Birigui, a partir de 28/03/2022; R$ 4,10, em São José do Rio Preto, a partir de 01/01/2022.
Em Fernandópolis, o valor da tarifa é de R$ 2,55, mas lá o subsídio pode chegar a R$120.000,00, com pedido da empresa concessionária para reajuste.
NO VERMELHO
Planilha de Custos de maio de 2022 enviada à Prefeitura de Jales por Camila Ferragini Verdini, sócia-administradora da Jauense, foi apurado o déficit financeiro total de R$ 30.573,71. De acordo com esse relatório, a empresa gasta R$ 8,34 por quilômetro, sendo R$ 2,97, ou 35,71%, somente com combustíveis.
Mensalmente o serviço custa à empresa R$ 66.428,91, o que resulta num custo de R$ 13,90 para transportar cada um dos 4.778 passageiros mensalmente. Como o faturamento naquele mês foi de R$ R$ 13.856,20, a empresa fechou o período com déficit de R$ 52.573,71.
Durante todo aquele mês de maio, a Jauense transportou 4.778 passageiros, mas apenas 4.593 pagaram pelo serviço. O dia da semana com maior número de passageiros costuma ser a terça-feira, quase sempre acima de 200 pessoas, e o dia com menos número é sempre o sábado, quando menos de 90 usam o serviço.