Segunda-feira, Novembro 25, 2024

A árvore dos amigos

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Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras apenas vemos entre um passo e outro.

A todas elas chamamos de amigos. Há muitos tipos de amigos. Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles. O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e mãe. Mostram o que é ter vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem.

Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar o nosso caminho. Muitos desses denominados amigos do peito, do coração. São sinceros, são verdadeiros e nos trazem muitas alegrias.

Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Esses costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos pertos.

Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem novamente entre uma folha e outra.

          O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdemos algumas de nossas folhas.  Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que os que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com alegria através das lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam o nosso caminho.

Desejo a você, folha de, minha árvore. Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade.

Hoje e sempre. . . Simplesmente por que: Cada pessoa que passa em nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós.

Esta é a maior responsabilidade de nossa vida e a prova evidente de que duas almas não se encontram por acaso. 

Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos dos sonhos que tivemos dos tantos risos e momentos que compartilhamos.  Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim… do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso.  Em breve cada um vai pra seu lado, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar conversar algumas bobagens… aí os dias vão passar, meses, anos, até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo.  Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão: “quem são essas pessoas?” e responderemos: “foram meus amigos, e foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!” 

A. Lopes

PS. Numa época em que, nas redes sociais, o narcisismo exacerbado parece ter contaminado a grande maioria das pessoas, em âmbito mundial, e o radicalismo existencial se apossado das mentes humanas, faz-se necessária uma reflexão profunda a respeito das prejudiciais consequências trazidas por tais posicionamentos, sendo uma delas, a deterioração da verdadeira visão da individual e real essência interior. Para tanto, a priori, é preciso que se repense sobre o porquê da disseminação dos processos de socialização modernos, já que os mesmos vêm conduzindo o homem ao desprezo pela criatividade, ao menosprezo por sua própria liberdade, o que faz com que se depare constantemente com fortes crises existenciais que o tornam incapaz de suportar até a si mesmo e, obviamente, às demais pessoas que fazem parte de seu convívio. A disseminação do narcisismo vem produzindo, gradativamente, uma espécie de compressão da visão que o homem tem de si, impedindo-o de poder obter um olhar mais abrangente sobre sua própria realidade e das demais pessoas que lhe rodeiam. O resultado final de tal obstrução é o assustador aumento de casos de violência e depressão, já que todo homem só consegue desenvolver uma personalidade sadia quando encontra meios de escapar dessa obsessão que tem de si mesmo, abrindo-se para o mundo, aceitando o enfrentamento de mudanças que o mesmo está sempre a lhe apresentar e que são extremamente necessárias para que possa obter uma evolução que se refere tanto à sua estrutura psicológica, quanto emocional. Quando isso não ocorre, emergem essas graves crises existenciais que, em sua grande maioria, são provocadas pela opção feita pelo gregarismo, nostalgia, solidão, apatia e ausência do verdadeiro significado do processo de viver.

 

 

 

 

 

 

 

(*)Marco Antonio Poletto é Gestor no Poder Judiciário, Historiador, Articulista e Animador Cultural

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