Mesmo estando no Centro de Diagnóstico por Imagem, no prédio onde funcionava o antigo Pronto Socorro, Rosenilde Fonseca teve que esperar quase três horas para ver a filha deficiente ser atendida por uma ambulância regulada pelo SAMU, que fica ao lado. “Estou triste com o que ocorreu com a minha filha. Levei ela pra fazer uma endoscopia e ela teve que ser sedada, então, quando terminou, às 7h20, chamei uma ambulância pelo 192 para vir nos buscar, mas eles só chegaram às 10 horas. Minha filha ficou deitada em um banco de cimento esperando e acabou dormindo”, conta.
Segundo ela, em uma das ligações que fez para pedir o transporte, o profissional que foi ao local sequer desceu da ambulância. “Eu liguei às 7h20 pedindo a ambulância. Quem atendeu no 192 falou que vinha buscar. Eu falei onde eu estava e que minha filha estava sedada, então ela pediu para eu esperar um pouco. Às 8h30 liguei de novo e ela disse que a ambulância já tinha ido lá, mas como eu não estava lá fora, ele foi embora. Às 9h15 liguei de novo e ela disse que iria me encaixar numa ambulância que estava com dois paciente. Por fim, só chegou às 10 horas”.
Ela explicou que, como a filha é deficiente, costuma usar o serviço de ambulância, mas ela está com medo de que o serviço seja suspenso ou até mesmo extinto. “Dizem que só tem duas ambulâncias para atender Jales inteiro e que agora não vai mais fazer este tipo de atendimento. Eles só vão socorrer e depois, se quiser, tem que ir embora a pé”.
OUTRO LADO
A coordenadora do SAMU, Marineusa Neves da Silva, reconheceu a demora, mas explicou que o horário mencionado pela leitora é o período do dia em que acontece o maior número de deslocamentos para todos os órgãos de saúde do município. “Acredito que deve ter demorado mesmo porque a demanda é enorme. Vamos verificar exatamente o que aconteceu, mas deduzimos que a demora tenha sido por causa do movimento. É um horário extremamente de pico, quando tudo começa a funcionar. É fisioterapia, AME, ARE, e ainda tem o recolhimento das roupas para levar para o Lar dos Velhinhos. E quando o paciente é liberado, a gente pede para ele permanecer, na medida do possível, para a parte da frente da instituição para o motorista agilizar o atendimento. Se cada motorista tiver que entrar em cada instituição para procurar o pessoal em cada instituição como o AME ou o Hospital de Câncer, fica complicado. Eu creio que se o motorista chegar lá e não encontrar o paciente, ele já vai para outro atendimento”.
Apesar de reconhecer que a leitora também merecia atendimento adequado e em tempo ideal, ela afirmou que a prioridade é para quem ainda não foi atendido. “Quem já precisa voltar para casa, sem dúvida, mas quem ainda não chegou ao órgão precisa cumprir o horário porque corre o risco de perder o exame e aí tem que esperar marcar novamente”.
De acordo com ela, atualmente o serviço possui duas “ambulâncias brancas” para prestar o transporte de pacientes sem urgência. São 2 mil atendimentos por mês em média, de segunda a segunda sendo que o maior volume se concentra durante a semana. “O atendimento é todos os dias, mas aos sábado e domingos o fluxo é bem menor porque muitas instituições como o ARE, o AME, a Unijales não funcionam e não tem serviços como a fisioterapia e exames como o de imagem”.
MUDANÇA
Para melhorar o atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu uma mudança no protocolo de atendimento e vai passar a ser mais rigorosa no transporte de pacientes. No entendimento da Secretaria, parte das pessoas que pediam atendimento das ambulância não tinha realmente necessidade. A prioridade são os idosos, os acamados, os deficientes e aqueles que passaram por algum procedimento, como no caso da leitora.
SAMU realiza Olimpíada Regional com simulação de atendimento
O SAMU 192 de Jales realizou nesta sexta-feira, no Clube do Ipê, uma simulação de atendimento á vítima de acidente de trânsito. A operação é parte da Olimpíada Regional do SAMU 192 e contou com atendentes de Jales, Urânia, Santa Albertina, Aparecida d’Oeste e Palmeira d’Oeste.
Segundo a coordenadora do órgão, Marineusa Neves da Silva, trata-se de uma espécie de encerramento do ano. “Durante todo o ano, fazemos a capacitação dos atendentes e no final do ano fazemos a olimpíada que é um encontro com todos os funcionários. Colocamos em teste essa capacitação e ganha a competição quem atender mais rápido”. Participaram diversas escolas de enfermagem de Jales.
O SAMU completou em setembro oito anos de atividades em Jales. As bases porém, são mias novas. A de Jales foi inaugurada em 2010. No ano que vem está prevista a inauguração da base de Santa Fé do Sul, que também atuará sob a responsabilidade da central em Jales.