O presidente da Câmara Municipal de Jales, Nivaldo Batista, o Tiquinho, admitiu que protelou a realização de concurso público para substituir comissionados por amizade a quem ocupa os cargos atualmente. “A gente pega amizade com os funcionários e enquanto puder, a gente vai empurrar com a barriga. Não vai ser na minha gestão que eles vão embora. O próximo presidente vai fazer esse concurso”, disse durante entrevista ao programa Boletim Informativo, na Nova Rádio Cultura.
Apesar disso, Tiquinho afirmou que é contra a nomeação de comissionados na casa. “É politicagem que envolve o presidente”.
A demissão de três dos cinco comissionados foi acertada entre o promotor Horival Marques de Freitas Júnior e os quatro integrantes da Mesa Diretora da Câmara em um TAC (Termo de Ajustamento de conduta) assinado em agosto. O prazo é até o dia 30 de dezembro de 2016, mas já está correndo e Tiquinho já poderia ter regularizado a situação há pelo menos dois meses, mas preferiu evitar o desgaste com os atuais ocupantes dos cargos. “Se o promotor deu seis meses para fazer o concurso, nós vamos até o ultimo mês”, arrematou.
CUSTO
Levantamento feito pelo jornal A Tribuna mostra que, em 2014, a Câmara de Jales gastou R$ 220 mil com o pagamento dos seus cinco servidores de confiança, valor que representa quase 11% do total – R$ 1,9 milhão – das despesas pagas pelo Legislativo no ano passado.
No TAC, a mesa da câmara também se compromete a não mais contratar novos comissionados para cargos que não sejam de chefia ou assessoramento e a editar, até o final de 2015, uma lei específica para regulamentar e descrever as atividades de todos os cargos públicos existentes na casa. Para o promotor, o nome de “assessor especial de serviço legislativo”, por exemplo, seria apenas um nome pomposo para o cargo de motorista.
ELEIÇÃO
Na mesma entrevista, Nivaldo Batista garantiu que vai manter o acordo firmado com o G6 para se alternar na Presidência da Câmara e vai votar em Júnior Rodrigues, como havia prometido. “Um homem tem que cumprir a sua palavra e se eu for reeleito presidente para o ano que vem, será sem o meu voto. Eu vou votar no Júnior”.
Ele confirmou a informação dada ao jornal A Tribuna, segundo a qual outros vereadores o procuraram para formar uma chapa alternativa na qual ele seria o candidato a reeleição. Tiquinho também indicou que outros integrantes do G6 estariam dispostos a romper o acordo que já levou Pérola Cardoso, Gilberto Alexandre de Moraes e ele mesmo à presidência. O próximo, segundo esse acordo, é Júnior Rodrigues.