Terça-feira, Novembro 26, 2024

Vereadores levam 1 hora e 17 minutos para votar duas propostas

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Sem projeto algum na pauta de votações, os vereadores de Jales passaram uma hora e 17 minutos para discutir um requerimento e uma moção. Quatro indicações também estavam na agenda, mas esse tipo de propositura é apenas lido. Em outras palavras, os integrantes do Poder Legislativo ocuparam a única reunião da semana para votar dois assuntos. E nem havia tantos pontos em desacordo, já que ambos foram aprovados por unanimidade.   

E o pior é que o contribuinte jalesense pagou funcionários, energia elétrica, transmissão pela rádio para que os vereadores aprovassem uma Moção de Repúdio contra a criação da Nova CPMF (imposto do cheque) e um requerimento que pede informações sobre convênio com a concessionária de energia elétrica.   

A maior parte do tempo gasto foi dedicado à Moção de Repúdio e predominantemente com as discussões político-partidárias. O Requerimento não teve um único pronunciamento, nem contra, nem a favor. 

Mas a Moção ocupou nada menos que 19 minutos. Dos 21 minutos e 40 segundos até os 40 minutos e 40 segundos da sessão, Tiago Abra, Júnior Rodrigues, Claudir Aranda, Luis Fernando Rosalino e Gilberto Alexandre de Moraes se alternaram nas críticas ao novo tributo e à corrupção.   

A qualidade dos debates também seguiu o nível das proposituras. Alguns pronunciamentos deixaram dúvidas sobre a real intenção do vereador. A começar por Júnior Rodrigues, que pediu auxílio a “alguma pessoa mais politizada” para esclarecer as conseqüências da medida. “Sou totalmente a favor da não volta da CPMF. Só gostaria de uma orientação porque precisamos ver a parte política. Saber até que ponto esta moção vai atrapalhar ou ajudar o município. Precisamos colocar na balança antes de votar”.

Claudir Aranda jogou mais poeira nos olhos de quem assistia a sessão. “O que pode trazer de benefício pra nós? Eu sou totalmente favorável, mas quero deixar claro: ‘o que nós vamos ganhar?’. Parabéns, Tiago pela sua moção, mas não é só o partido da presidenta que está envolvido em escândalo de Mensalão e Lava-Jato. Acho que deveria fazer para todos os partidos. Esse é o meu parecer: eu sou favorável e gostaria de analisar e estudar friamente”.   

Apesar de dizerem que eram favoráveis, ambos sugeriram que a proposta não deveria ser votada naquele momento. 

O petista Rosalino criticou a CPMF recriada pelo seu partido e em um discurso em que declarou ser contra o tributo e insinuou que a notícia não era real. “Até agora nós só vimos o ministro [Joaquim Levy, da Fazenda] falando sobre isso. É esse ministro mesmo que falou que não ia pagar a aposentadoria, que não ia pagar o PIS esse mesmo que fala coisa que não está acontecendo. Ele fala uma barbaridade dessa e meia dúzia de gatos-pingados que tem a mídia na mão e fica fazendo esse alvoroço. Mas antes fazer esse alvoroço e não ter CPMF do que ficar todo mundo quieto e algum tocar a ideia pra frente”.

Ao contrário do que o vereador petista insinuou, a PEC (Proposta de emenda Orçamentária) que recria a CPMF não só é concreta, como já foi enviada ao Congresso Nacional pela presidente Dilma Roussef no último dia 22 de setembro. 

Durante o seu pronunciamento, Rosalino, que se anuncia como professor e Instrutor de Formação Profissional cometeu uma gafe. Ao defender que a corrupção no Governo Federal tem origem nas campanhas eleitorais, trocou a palavra “apaniguado” (que significa aquele que é favorito, protegido ou afilhado) por apaziguado (que significa sereno, pacificado tranquilizado).

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