Mais uma vez a fonte luminosa da Praça Euphly Jalles está desativada. Um dos mais bonitos cartões postais de Jales, após mais de 15 anos de abandono e descaso de administrações municipais, foi reformado e entregue para a população jalesense pela então prefeita Nice Mistilides Silva no dia 15 de abril de 2013, data em que a cidade completava 72 anos de emancipação política e administrativa. Há quase sete meses as luzes e jatos que garantem beleza ao local estão desligados.
Em março de 2013 a ex-prefeita Nice pediu ao então secretário de Obras, Oswaldo Polízio Junior, o arquiteto Vadinho, que iniciasse a reforma do local. O piso de concreto da fonte foi impermeabilizado e a iluminação foi instalada. Também foi realizado o processo de recuperação das 23 bombas que faziam funcionar a fonte luminosa.
“Como presente de aniversário da cidade, estamos devolvendo o cartão postal mais bonito do município para a nossa população que tanto reivindicou a ativação dessa bela fonte. Quantas histórias não foram escritas e vivenciadas por aqui”, com estas palavras Nice reinaugurou a fonte luminosa da Praça Dr. Euphly Jalles na presença dos músicos da Orquestra Sinfônica, de autoridades e da comunidade que prestigiou em seguida o show com o cantor Lucas Lucco. Também participaram da reinauguração, Jandyra Granziani e o projetista Osvaldo Polízio –pai de Vadinho -, responsável pelo projeto da construção nos anos 60, no então governo de Honório Amadeu.
Em seu discurso, Polízio Junior, ressaltou que a fonte luminosa era uma combinação de água, luz, cores, formas, sons e movimentos, capaz de transformar ambientes e modificar o estado de espírito das pessoas, além de ser responsável por aumentar a umidade relativa do ar.
A alegria dos jalesenses durou apenas um ano e nove meses, quando as luzes se apagaram e a dança das águas desapareceu da área central da Praça. O atual secretário de Obras, Serviços Públicos e Habitação, Manoel Andreo de Aro, deu a sua versão para a desativação da fonte. “Infelizmente a fonte luminosa apresentou problemas como vazamento, perda de água, falhas elétricas e os jatos que também precisam de manutenção. Tudo isso demanda recursos financeiros e, nesse momento, a Prefeitura passa por contenção de gastos e a fonte da Praça acaba não sendo prioridade, já que temos setores que são imprescindíveis e precisamos atender. Mas sabemos da importância da Praça Euphly Jalles, conhecemos o problema e, assim que tivermos os recursos necessários, faremos um estudo minucioso para reativar a fonte e devolver a beleza e o local de lazer para a população”.
Muitas pessoas manifestaram indignação e atribuíram descaso da administração do prefeito Pedro Callado no que se refere a cuidados e manutenção da fonte luminosa da Praça Euphly Jalles. A funcionária de um estabelecimento comercial localizado nas proximidades da praça disse que “o local está escuro. Trabalho à noite e preciso passar pela praça que está escura há algum tempo. O local que estava bonito após a reativação da fonte e tinha voltado a ser frequentado por famílias voltou a ser mal frequentado e sempre presenciamos brigas de jovens e adolescentes que vem para beber na praça”, revelou a jovem que preferiu não se identificar.
O jornalista Michel Pena disse que “estudos comprovam que uma fonte com um espelho d’água como o da Praça, contribui para a manutenção da umidade relativa do ar num raio de até 500 metros, além de melhorar a autoestima da população e proporcionar lazer de forma barata e democrática. É um pena estar desativada novamente. Qual a motivação? Porque era a marca da administração da ex-prefeita? Vai dizer que é operacional? Redução de custo? E os benefícios? Os administradores públicos têm uma mania de estragar o que um dia foi bom. Agora, se fosse reativar, quanto seria gasto? O dobro da manutenção e com ela funcionando normalmente”.
”Acho uma falta de respeito, descaso com a população e mais um monte de coisas que por educação não dá pra falar aqui”, comentou um respeitado fotógrafo da cidade. As manifestações de indignação não pararam por aí. Em uma postagem feita pela equipe de A Tribuna no Facebook, o advogado Alexandre Mendonça afirmou que “é uma pena”.
O empresário Carlos Augusto Mingati também comentou o caso. “É uma pena, mas também pode ser a realidade do corte de gastos da Prefeitura. Lógico que eu queria tudo iluminado e funcionando”.
A representante comercial Érica Miguelão apresentou uma possível solução para o caso da fonte desativada. “Quando foi reinaugurada a fonte trouxe de volta as famílias para a Praça, beneficiando lancheiros, sorveterias, cinema e o comércio da vizinhança. Será que estão pensando no que a desativação da fonte vai causar para essas pessoas? Será que não temos comerciantes e empresários interessados em adotar a manutenção e os cuidados com a fonte? Acho que é uma ideia válida”, frisou.
