Como se os vereadores de Jales não tivessem coisa mais importante para fazer, dois projetos de resolução foram colocados por eles na pauta do dia, durante a Sessão ordinária da segunda-feira, 24, obrigando –pasmem- o uso de traje social completo, terno, no caso dos homens, durante as sessões da Casa de Leis e o uso de forma abusiva de telefones celulares enquanto as sessões camarárias estiverem em andamento.
O primeiro projeto ganhou o aval dos vereadores Jesus Martins Batista, Pérola Cardoso, Gilberto Alexandre de Moraes, o Gilbertão, Junior Rodrigues, Fagner Pelarini, o Nenê e Luís Fernando Rosalino e altera o capítulo do Regimento Interno que trata das vestimentas dos nobres parlamentares. Eles alegaram que a iniciativa objetiva, “através do simbolismo da vestimenta, destacar a formalidade das sessões da Câmara e destacar a relevância do representante do povo, que, em suas ações, expressa o interesse social”. A justificativa do projeto diz ainda que “o uso do traje social não objetiva distinguir o edil do povo, mas destacar a importância da representação popular que os vereadores exercem e que devem exercê-la com dignidade, respeito e distinção”.
Nos bastidores, comenta-se que o projeto tem como alvo o vereador Tiago Abra. Segundo consta, o vereador só veste o paletó durante a execução dos hinos e quando vai fazer uso da palavra na Tribuna da Câmara. Depois, ele pendura a peça e permanece de camisa social durante a sessão. “Para mim esse projeto é totalmente desnecessário quando temos coisas muito mais importantes e de real interesse da população para nos preocupar. Temos que nos envolver e ocupar o nosso tempo com aquilo que vai trazer benefício para a comunidade e não nos preocupar com o traje que esse ou aquele vereador está usando. Votei contra este projeto”, enfatizou Abra.
Durante a votação, na segunda-feira, 24, o vereador Sérgio Nishimoto pediu vistas para analisar melhor o projeto.
Uso de celulares
O segundo projeto, aprovado por unanimidade, acresce mais um inciso ao longo artigo das proibições impostas pelo Código de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Jales. O projeto visa proibir o uso indevido ou abusivo, pelos vereadores, de aparelhos celulares durante as sessões. Claudir Aranda, Jesus Martins Batista, Pérola Cardoso, Gilberto Alexandre de Moraes, o Gilbertão, Junior Rodrigues, Fagner Pelarini, o Nenê e Luís Fernando Rosalino, assinam o projeto.
A redação do texto diz que fica proibido usar no Plenário da Câmara, durante as sessões, de forma indevida ou abusiva, aparelho de telefonia móvel, a ponto de demonstrar desinteresse, descaso ou desprezo com as manifestações dos demais parlamentares, debates e votações.
“Não precisava criar um projeto para orientar vereadores a não utilizarem telefone celular durante as sessões. Eles já deveriam ter bom senso disso. Em cinema, teatro, palestras, igrejas já é falta de educação falar ao celular, em uma sessão onde se está discutindo os interesses e necessidades de um povo, de uma cidade, é inadmissível que fiquem livremente circulando com seus celulares, demonstrando total desrespeito com a população. O cúmulo do absurdo é precisar criar um projeto com essa finalidade. Educação vem de berço”, comentou D.C., morador de Jales.