Um dos nomes fortes do PMDB, o ex-vereador Rivelino Rodrigues está cobrando uma posição do partido sobre as eleições municipais de 2016. Durante a última reunião do Diretório Municipal, no sábado passado, dia 14, Riva deu um ultimato aos correligionários: ou ele é candidato a prefeito ou deixa a agremiação.
Na prática, o ex-vereador quer uma definição do ex-vice-prefeito José Devanir Rodrigues, o Garça, e da servidora Marynilda Cavernaghi, candidata a vereadora nas eleições de 2012. Ambos são pré-candidatos a prefeito ou vice, mas, para Riva, precisam se manifestar e assumir a candidatura ou abrir caminho para outros nomes.
“Eu vim para o PMDB com a intenção de ser prefeito e não tive a oportunidade em 2011, mas não posso ficar me submetendo a caprichos pessoais de ninguém. Não posso enterrar a minha vida política por isso. Se o Garça disser que quer ser candidato, eu me retiro e vou para outra legenda, porque ele é mais antigo, fundador do partido, mas se não, eu quero concorrer. O que não posso é ficar preso, esperando pra sempre. Ou sou candidato pelo PMDB ou por outro partido e o Garça precisa se manifestar”.
A pressão tem foco no prazo eleitoral, que exige que um candidato esteja filiado ao partido pelo qual vai concorrer, até doze meses antes do pleito. O prazo para que Riva mude para outra legenda vence no começo de outubro.
A definição, contudo só deve acontecer depois da eleição do Diretório Municipal marcada para o mês que vem. A mudança dos nomes pode mudar também o equilíbrio de forças dentro do partido.
Riva e Garça terão pela frente a professora Marynilda Cavenaghi, umas das recordistas de votos nas últimas eleições para vereador em 2012. No mesmo pleito, o ex-vereador e ex-presidente da câmara, abriu mão da candidatura para dar lugar a seu sobrinho Rivail Rodrigues Júnior.
O ex-vereador não descarta a candidatura de uma chapa “puro-sangue” em 2016, ou seja, formada por candidatos a prefeito e vice do mesmo partido. “Temos nomes fortes e uma grande chapa de vereador. Além disso, temos informações de que a direção estadual do partido quer que a gente tenha candidato a prefeito e não a vice”.
APOIO
A reportagem apurou que a discussão, que aconteceu na manhã de sábado na sala de reuniões do “Cartório do Garça”, tinha como objetivo debater o apoio do partido à candidatura de Pedro Callado ou de Flávio Prandi Franco e não cogitava uma possível candidatura peemedebista. A nomeação de Marynilda para um cargo no primeiro escalão do governo Callado também estava na pauta.
Porém, a falta de definição sobre o nome do PMDB nas próximas eleições e a postura pacífica dos correligionários, que, na opinião dele, praticamente assumiram a preferência pelo vice, irritou Riva. “Viemos aqui para discutir o Dr.Pedro e o Flá ou para discutir candidatura?”, comentou com um dos companheiros.
LIBERDADE
Consultado, Garça disse que o PMDB não vai tomar qualquer decisão sobre candidatura antes do prazo final para filiações e não pode garantir a candidatura de Riva neste momento. “É um direito dele, ele tem toda liberdade para tomar a decisão que ele quiser porque não podemos adiantar nada. Nós não vamos decidir nada de candidatura antes de outubro. O PMDB tem vários nomes e outros ainda estão na iminência de se filiar. Entre os companheiros, ele não é um nome decidido dentro do partido como candidato”.
Presidente da legenda, Garça citou vários nomes como possíveis filiados e possíveis candidatos, entre eles Marynilda Cavenaghi, Júnior Ferreira e até o ex-gerente da Sabesp, Antônio Rodrigues da Grela Filho, o Dalua.
Para ele, Riva está apenas justificando a sua saída do partido. “Sabemos que ele tem conversado com outras pessoas e é um direito dele. Eu respeito a vontade e a opinião dele, mas não sei onde ele está com a cabeça para dizer que é candidato agora”.