Até meados do mês que vem, as avenidas de Jales voltarão a contar com um radar móvel para coibir o excesso de velocidade. As propostas da Licitação na modalidade Pregão Presencial para o aluguel do equipamento serão abertas na próxima terça-feira, dia 9, às 9h15, no Setor de Licitações da Prefeitura de Jales. Vence a empresa que cobrar o Menor Preço por 12 meses de contrato.
Segundo o edital, o “controlador portátil de velocidade e distância”, deverá ser do tipo pistola portátil e ter princípio de funcionamento a laser infravermelho de feixe estreito. O equipamento deverá ser composto por unidade de controle, sensor de velocidade e distância, câmera digital, impressora, unidade de flash, tripé, cabos para conexão e baterias.
Deverá capturar a velocidade dos veículos nos dois sentidos (aproximação e distanciamento) e deverá ser feita para qualquer tipo de veículo: automóveis, caminhões, motos, ônibus e outros.
As imagens poderão ser capturadas numa distância máxima de 110 metros, tanto para operação durante o dia como à noite, mostrando a placa do veículo com nitidez e registrar a imagem de um mesmo veículo de frente e de trás, por meio de giro de até 360° sobre seu tripé, sem a necessidade de ser reprogramado ou reinstalado.
Segundo o secretário Municipal de Trânsito, José Magalhães Rocha, há dois pontos críticos na cidade e que estarão sujeitos à colocação do radar: a Avenida Paulo Marcondes, próximo à 1ª Igreja Batista, e a Avenida Shiguero Kitayama, próximo ao Hospital de Câncer. Entretanto, inicialmente, o equipamento deve ser mantido próximo ao hospital. “São dois pontos muito perigosos, onde alguns motoristas realmente abusam da velocidade, mas num primeiro momento vamos colocar no hospital por causa do volume de pessoas. A intenção é coibir os excessos”.
O prefeito Pedro Callado disse que todas as medidas para reduzir o risco de acidentes são bem vindas e que estuda a instalação de redutores de velocidade, não só próximo ao Hospital de Câncer como também à Santa Casa. “O que mais mata no Brasil são as doenças cardíacas, o câncer e o trânsito. Jales ainda não tem dados catastróficos, mas a multa faz parte desse processo educativo. Temos vários instrumentos para isso e um deles é o radar móvel em pontos críticos”.
Callado garante que a colocação de radares móveis não tem objetivos financeiros. “Não precisa ficar escondido atrás de uma árvore. Se for só para multar, não nos interessa. Até por que, o dinheiro arrecadado tem que ser aplicado no trânsito. Não pode ser usado em outras coisas. A intenção é a educação”.
POLÊMICA À VISTA
O tema é polêmico. Em 2012, último ano do governo petista, o prefeito Humberto Parini assinou contrato com a empresa Laser Tech Comercial Ltda, de Cotia-SP, para locação de um medidor de velocidade estático. O aluguel custou R$ 76.900,00 por dez meses.
O equipamento causou a revolta de motoristas e visitantes, que eram surpreendidos circulando acima do limite estipulado pela Secretaria de Trânsito. A própria velocidade máxima determinada pela secretaria para as avenidas também gerou polêmica na época. Na Francisco Jalles, João Amadeu, Alfonso Rossafa Molina, Paulo Marcondes e Salustiano Pupim o limite era de 50 km/h, mas na Avenida Jânio Quadros e rua Professor Rubião Meira era limitada em 40km/h.
A falta de clareza na aplicação das multas e na divulgação do montante arrecadado geraram críticas de que se tratava de uma “indústria de multas” com exclusiva intenção arrecadadora e não educadora. Os fiscais que operavam o radar sofreram várias ameaças de agressão. Quando assumiu a administração, a prefeita Eunice Mistilides prometeu aposentar os equipamentos para sempre.
Velocidade média não justificava radar
No segundo semestre de 2011, pouco antes de colocar o radar móvel, a Prefeitura de Jales contratou a Via Line Serviços de Trânsito Ltda para fazer um levantamento dos pontos mais críticos do trânsito de Jales. Queria comprovar através de números que as vias da cidade necessitavam de radares de velocidade. O resultado foi exatamente contrário. Naquela ocasião, a limitação de velocidade e implantação de radar eram absolutamente desnecessários. Em cinco das 16 vias pesquisadas, a velocidade média dos carros era inferior ao sugerido como limite máximo de 50km/h.
É o caso da Rua Professor Rubião Meira, que liga o Jardim Paraíso ao Centro. Lá, os técnicos da Via Line Serviços de Trânsito constataram que a velocidade média praticada pelos motoristas era de 42km/h. Na Avenida Antônio Pavan não passava de 44km/h; na rua Nova Iorque era de 46km/h; na Salustiano Pupim era de 48km/h e na Alfonso Rossafa Molina era de 49km/h. Até mesmo no viaduto Antônio Amaro a velocidade média registrada pelo técnicos foi de 50km/h.
Na outra ponta, a via com média de velocidade mais alta no período foi a Avenida Francisco Jalles, especialmente no trecho próximo ao Hospital de Câncer. Naquele local, a velocidade de 85% dos veículos era de 60km/h.Em segundo lugar como trecho onde os carros alcançam velocidades mais altas estavam empatados o trecho em frente ao número 1.500 da Avenida Francisco Jalles e o trecho próximo ao Jales Clube, na Avenida João Amadeu.Em ambos, a média praticada pelos veículos era de 55km/h.