Segunda-feira, Novembro 25, 2024

Polícia Federal vai investigar explosão de caixa eletrônico

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Por se tratar de um crime contra um órgão federal, a investigação sobre a explosão de um posto avançado de autoatendimento da Caixa Econômica Federal no final da madrugada de quarta-feira, 13 de maio, em Jales, está sendo comandada pela Polícia Federal com colaboração das polícias Militar e Civil.

Preliminarmente, a investigação levantou imagens de câmeras de segurança nas redondezas e depoimentos de testemunhas que descreveram a participação de aproximadamente dez homens em quatro carros e até motocicletas. Pelo menos três carros teriam sido identificados. Um Santana 2000 prata, um gol verde e um Honda Civic (ou Corolla) prata.

A explosão aconteceu por volta de 5h20 daquela madrugada e destruiu o posto de autoatendimento localizado na Praça João Mariano de Freitas, na Avenida Francisco Jalles esquina com Rua Oito, bem no “coração da cidade”.

O susto sofrido pelos moradores da área central logo alcançou outros bairros de Jales, onde, minutos depois, foram ouvidas várias rajadas (sequências) de tiros. As primeiras informações dão conta de que eles teriam usado armas longas de grosso calibre, possivelmente fuzis.

Houve registros na área central e em bairros como o Jardim Arapuã e Jardim Oiti. A polícia acredita que a intenção dos bandidos era provocar pânico na população, intimidar e confundir a polícia sobre o seu paradeiro.

A PM teve que se dividir para atender os vários chamados em locais diferentes, mas durante um deles, na Avenida João Amadeu, próximo ao quartel do Corpo de Bombeiros, se deparou com os bandidos ainda em fuga. Houve disparos contra a viatura que teve que se proteger. Nenhum policial ou cidadão se feriu. “Eles agem sempre de maneira semelhante. Usam saídas diferentes da cidade e mantém na retaguarda um grupo de contenção (bloqueio) enquanto os carros com o dinheiro se evadem do local”, explicou o tenente Ricardo Luiz Merloti, da Polícia Militar.

Ainda não foi divulgada a quantia levada, mas no chão da praça, perto do caixa destruído, a polícia encontrou pouco mias de R$ 33 mil em notas de Real. Algumas destruídas, mas boa parte em perfeito estado.    

Também foram encontradas 57 cartuchos deflagrados, sendo 16 de calibre 556, 23 de calibre 762 e 17 de calibre 9mm, provavelmente oriundas dos disparos feitos pelos bandidos.

O delegado Sebastião Biazi acredita que os disparos não foram feitos contra as viaturas da polícia, uma vez que foram encontrados projéteis em ruas a centenas de metros de distância, indicando que os tiros foram dados para o alto. Um dos projeteis atingiu uma residência no Jardim Paulista e uma na Rua Itália. Segundo ele, se os tiros tivessem sido dados em linha reta, teria se chocado com algum obstáculo e não teriam se propagado tanto. “Isso foi só para despistar a localização deles. Não foi em direção da polícia”.

A polícia realizou um grande cerco na zona rural de Jales e de cidades vizinhas em busca dos bandidos, mas nada foi encontrado e ninguém foi preso.

Segundo caixa em oito meses

Era o único caixa que ainda restava de pé na cidade, que teve outro equipamento da mesma instituição bancária destruído em 19 de setembro de 2014. O caixa eletrônico estava instalado na Praça João Diego Caparroz, no Jardim Arapuã, bairro predominantemente residencial do município, a poucos metros da saída da cidade, o que teria facilitado a fuga dos bandidos.

Assim como na quarta-feira, foram os moradores que alertaram a polícia. Eles relataram ter ouvido duas explosões por volta de 4 horas e teriam visto os bandidos fugindo em direção à rodovia Jarbas de Moraes, que liga Jales à Santa Albertina.  Até hoje, ninguém foi identificado.

O horário das duas ocorrências, entre 4 e 5h30 da madrugada, mostra que as medidas adotadas recentemente por instituições como o Banco do Brasil, que reduziu o seu horário de atendimento e passou a fechar as agências de Jales às 20 horas, não tiveram efeito contra esse tipo de ação e só prejudicam os clientes.

Uma terceira ação, realizada contra o BB, comprova que o fechamento das agências em qualquer horário, também é medida inócua para impedir a ação dos ladrões. Em janeiro de 2013, bandidos invadiram a agência do Banco do Brasil na Rua Onze. Eles conseguiram destrancar a porta externa de vidro e arrombaram o quarto caixa eletrônico (da esquerda para a direita), levando todo o dinheiro do seu interior.

Uma funcionária chamou a polícia avisando que o alarme da agência estava disparado. Duas viaturas da PM foram até o local e quando chegaram constaram que a porta de vidro estava destrancada e que um dos caixas eletrônicos estava com um buraco de aproximadamente 30 cm x 15 cm.

Além disso, havia três notas de R$ 100,00 no chão do lado de fora do compartimento e mais três do mesmo valor dentro do caixa, uma toalha, um pedaço de lona, garrafas d’água e papelão.

Os bandidos usaram uma serra para abrir 30 furos na lateral do caixa eletrônico, formando um retângulo por onde o dinheiro foi retirado. Nesse caso, a Polícia Civil de Jales se encarregou da investigação e identificou seis autores. Dois em São Paulo e quatro em Santa Catarina. Todos foram presos.

 

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