Sem emendas previstas para este ano e com orçamento reduzido, a Prefeitura de Jales tenta desemperrar convênios represados pela Caixa Econômica Federal por erros de projeto da própria prefeitura. Pelo menos sete projetos continham erros e foram bloqueados. Cinco deles relativos a asfalto. “Só de convênios de infraestrutura tínhamos cinco convênios parados e por falta de documentação não conseguimos novos convênios porque temos que resolver esses pendentes. Está tudo parado”.
A informação foi revelada pelo prefeito Pedro Manoel Callado Moraes durante entrevista a Rádio Nativa na manhã do dia 15, aniversário da cidade.
Segundo ele, para conseguir novos convênios ou simplesmente conseguir a liberação dos antigos, é preciso corrigir os pendentes. Uma funcionária foi destacada pela prefeitura para fazer um levantamento da situação e ver o que pode ser corrigido. A maioria são erros simples de serem resolvidos, como falta de documentação e projetos incompletos. Alguns, porém, têm erros infantis, como características dos logradouros que receberão a benfeitoria ou documentos errados.
Três exemplos citados pelo prefeito dão ideia de como erros simples, mas ao mesmo tempo infantis, podem emperrar a administração municipal.
“Num dos casos, a prefeitura enviou o projeto de recape de uma Rua do JACB dizendo que a rua era de mão única. Quando a Caixa Econômica veio conferir, descobriu que era de mão dupla. Estava errado. Então suspendeu o contrato que até agora está parado”.
Até a criação de vagas em creches, que gerou procedimento no Ministério Públicos e ação judicial, poderia ter sido melhor administrada, segundo o prefeito. “Temos o caso da creche no Jardim Maria Silveira, que estava parada há quase dois anos. O empreiteiro dizia que a prefeitura devia a ele R$ 50 mil e a prefeitura queria rescindir o contrato porque ele se recusava a concluir a obra. Fizemos um levantamento na presença dele e concluímos que o valor devido era R$ 19 mil. Vamos pagar agora e vamos concluir a obra”.
Outro caso absurdo é o da troca de um documento fundamental para a liberação de um terceiro convênio. “No início do projeto, a prefeitura mandou uma planilha de custos da obra. Na segunda fase, quando deveriam mandar a segunda documentação, mandaram a planilha de custos de outro projeto. Parou tudo porque não batia uma com a outra”.
Sem criticar diretamente a equipe de planejamento ou de elaboração de projetos, o prefeito indicou que a equipe atual vai se empenhar com mais esmero. “Não temos equipe técnica pra isso, quantidade de funcionários para esse setor, mas com um pouquinho mais de atenção teriam evitado esses problemas e vamos liberar esses convênios pendentes para nos credenciarmos para novos convênios. O dinheiro está na Caixa Econômica [só está travado por questão burocrática]”.