Segundo os números divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, atualizados até o dia 1° de abril, Jales já registrou 1.027 notificações da doença neste início de ano, com 386 casos positivos, dos quais, 360 autóctones (contraídos na própria cidade) e 26 importados. A responsável pela divulgação dos serviços de combate à dengue, Vanessa Luzia da Silva, explicou que esses números deverão aumentar nos próximos dias, em virtude do período chuvoso. Ela explicou também, que o serviço de nebulização que era feito em outros tempos, deixou de ser realizado pela Sucen, uma vez que 80% dos mosquitos da dengue ficam escondidos dentro das residências, o que tornava a medida ineficiente. “A maioria das pessoas fechava suas casas, quando a Sucen passava fazendo a nebulização”, disse Vanessa.
Em Jales, um dos maiores problemas para os encarregados do combate à dengue vem sendo as casas e prédios abandonados. “Sem dúvida nenhuma, isso vem dificultando o nosso trabalho”, disse o servidor e vereador Jesus Martins Batista, chefe da equipe de combate à dengue. Ele explicou que recebe, diariamente, reclamações de moradores a respeito de imóveis abandonados. “Na medida do possível, nós estamos visitando esses locais e notificando os proprietários, mas, em muitos casos, os donos dos imóveis não tomam providências. No arrastão que nós fizemos no início de março, retiramos muita coisa. Só em uma casa, lá no Jardim Paraíso, nós retiramos quase um caminhão de entulhos e outras coisas que poderiam se transformar em criadouros”, afirmou Jesus.
Mas as reclamações não chegam somente à Secretaria de Saúde. Na semana passada, uma moradora da Rua dos Pinheiros, escreveu para o jornal. “Eu estou muito revoltada com duas casas que estão abandonadas. Uma delas está em construção faz mais de 20 anos, com ratos, gatos e pombas. A outra foi abandonada há dois anos. Nela, existe muito entulho e até um galinheiro abandonado”, disse a moradora, que continuou: “Ambas as casas estão repletas de caramujos e são focos do mosquito da dengue. Têm moradores próximos às casas que estão com dengue”, concluiu a moradora da Rua dos Pinheiros. Numa das casas, um vizinho afixou um cartaz avisando sobre o possível criadouro do mosquito Aedes.
Na Rua Inglaterra, em pleno centro da cidade, os vizinhos a uma casa abandonada também estão reclamando. “Não é a primeira vez que a gente procura o jornal. Eu já falei até na vigilância sanitária, falei com o dono da casa, mas, infelizmente, a situação continua a mesma”, diz um leitor do jornal. Ele mora em outro setor da cidade, mas está preocupado com a saúde da ex-mulher, que mora perto da casa abandonada. Segundo o vereador Jesus Martins Batista, o local já é um velho conhecido. “Realmente, o local é propício para a reprodução do Aedes. Nós já notificamos os proprietários e eles prometeram fazer uma limpeza ainda nesta semana”, disse Jesus.
A dengue preocupa também alguns moradores do Jardim Aeroporto, nas proximidades da Facip, onde várias casas de um conjunto habitacional estão abandonadas há muito tempo. No “João Colodetti”, outro conjunto habitacional, alguns moradores procuraram a imprensa para reclamar da sujeira existente em algumas casas que estavam sendo construídas pela Prefeitura, mas permanecem inacabadas há muito tempo. “Esse caso já chegou também ao nosso conhecimento e nós já estamos tomando algumas providências. É provável que, já na próxima semana, uma equipe da Prefeitura vá até o local para fazer uma limpeza”, finalizou Jesus.
