A Polícia Federal de Jales deflagrou na manhã desta sexta-feira, (27, a Operação Vulpino, que tem como objetivo identificar fraudes e prender indivíduos que causaram rombo de aproximadamente 10 milhões de reais aos cofres da Fundação Educacional de Fernandópolis (FEF) no período em que dois dos investigados presidiam a instituição.
Após a deflagração da Operação Bolsa Fantasma no final de 2014, ocasião em que o presidente afastado da FEF, Paulo Nascimento foi preso por fraudes em programas de concessão de bolsas estudantis, um interventor foi nomeado pela justiça e teve início uma cooperação entre a PF de Jales e os interventores. Este trabalho conjunto revelou que as fraudes não se limitavam apenas às concessões de bolsas. Além de novas fraudes, a PF descobriu que a presidência anterior também havia causado um rombo milionário nas contas da instituição.
O ex-prefeito da cidade de Fernandópolis, Luiz Vilar, antes de assumir a prefeitura do município, presidiu a FEF por alguns anos. Durante este período, Nascimento, presidente da instituição preso em dezembro de 2014, era o assessor jurídico da Fundação. Juntos, permitiram que prejuízos milionários fossem suportados pela FEF mediante a compra de “créditos podres” de uma Usina Açucareira do estado de Alagoas. Eles adquiriram, em nome da FEF, créditos contábeis sem nenhum valor e, mesmo assim, pagavam valores milionários a pessoas que se identificavam como procuradores da empresa detentora dos créditos falsos.
Quando a FEF apresentava os créditos à Receita Federal e à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, os mesmos eram recusados, pois eram falsos. Mesmo assim, a instituição pagava aos procuradores da Usina Açucareira pelos “créditos podres” causando prejuízos milionários aos cofres da Fundação.
Também foram identificadas irregularidades na compra de um terreno para a construção de uma unidade da FEF em Rondonópolis/MT. Um empréstimo foi feito pelo então presidente Luiz Vilar com anuência do assessor jurídico Paulo Nascimento junto a um banco para a construção de uma unidade naquele município, tudo em desacordo com o Estatuto da Fundação. A obra não foi concluída e o empréstimo não foi honrado. O banco executou a dívida e ficou com o terreno com a construção parcial, causando mais um rombo milionário à instituição educacional.
Além do ex-prefeito, outros indivíduos tiveram prisão decretada. Os seis mandados de busca e apreensão e os quatro mandados de prisão expedidos pela Justiça Estadual de Fernandópolis foram cumpridos por diversas equipes da Polícia Federal em três Estados. Os municípios que estão sendo diligenciados são: Francisco Beltrão/PR, Campo Grande/MS, Olímpia/SP e Fernandópolis/SP.
Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato, falsificação de documento particular, uso de documento falso e associação criminosa. Todos os presos e toda a documentação apreendida será encaminhada para a Delegacia da Polícia Federal em Jales. O Delegado Federal Cristiano Pádua da Silva, chefe da PF em Jales, preside a investigação e afirma que “…é possível concluir que a direção de (…) causou graves danos e prejuízos milionários à saúde financeira da Fundação Educacional de Fernandópolis”.
Os presos estão sendo ouvidos pelo delegado federal responsável pelas investigações e posteriormente serão conduzidos para a cadeia pública de Jales onde permanecerão à disposição da Justiça Estadual de Fernandópolis.