Responsável por uma área de aproximadamente 56 cidades e uma população de 1 milhão de pessoas, a Delegacia da Polícia Federal de Jales possui boas instalações, boas condições de trabalho e o relacionamento entre os ocupantes dos cargos de comando (delegados) e pessoal administrativo e operacional (agentes e papiloscopistas) é em bom nível. Enfim, está em situação muito melhor que a maioria das 15 unidades federais espalhadas pelo Estado.
A afirmação é do presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis Federais do Departamento de Polícia Federal do Estado de São Paulo (Sinpef-SP), Alexandre Santana Sally.
O agente federal fez uma visita ao jornal A tribuna na última quarta-feira, 4 de março, onde concedeu entrevista exclusiva gravada em áudio e vídeo. A íntegra da gravação pode ser vista no site do site do jornal (www.atribunanaweb.com.br) a partir de amanhã, segunda-feira, às 20 horas.
Segundo ele, a situação é bem diferente de outras unidades no Estado de São Paulo, o mais rico do país e com grande necessidade de aparato de segurança. Em algumas delas há problemas graves de infraestrutura e de assédio moral contra os funcionários. Há casos em que o próprio policial precisa abastecer a viatura pra conseguir executar uma missão, por exemplo.
Alexandre Sally relatou que apesar de ainda possuir um importante status, a carreira de policial federal enfrenta dificuldades e é a que detém o índice mais alto de suicídios entre as forças de segurança pública. “Quando policial entra, ele tem um choque de realidade”.
Além do assédio moral e da falta de estrutura em algumas unidades, é comum o registro de episódios como falta de material e déficit de pessoal. “Em Jales, por exemplo, temos cerca de 30 ou 40 policiais e em todo o estado são 1,2 mil, quando o ideal seria o triplo desse efetivo.”